Secretária do Tesouro dos EUA insta G-20 a não retirar estímulos antecipadamente
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, instou as nações que fazem parte do G-20 – grupo que reúne 20 das maiores potências mundiais – a não retirarem os estímulos fiscais e financeiros e as medidas de suporte à economia tão cedo. “Se já houve algum momento para agir grande, este momento é agora”, disse. Yellen apontou para a necessidade de construir uma economia mais “resiliente e inclusiva” após a crise, e elogiou o pacote fiscal proposto pelo governo dos EUA, de US$ 1,9 trilhão.
A ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) também enfatizou a importâncias dos países se integrarem para promover a recuperação econômica global. As nações mais ricas do planeta devem reforçar ações de órgãos multilaterais como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar países de baixa renda a superarem a crise e lidarem com as suas respectivas dívidas, além de assegurar que os benefícios do comércio internacional e de investimentos cheguem a todos, afirmou Yellen.
O G-20 deve também trabalhar de forma multilateral no combate à pandemia de coronavírus, segundo a secretária, inclusive no fortalecimento de programas de vacinação como o Covax, da Organização Mundial da Saúde (OMS), de forma a não deixar que países mais pobres sofram “perdas trágicas”.
Para Yellen, o maior estímulo possível à economia mundial neste momento é a vacinação rápida e global contra a covid-19, uma vez que a pandemia gera risco de divergência permanente na economia mundial, disse. “Nenhuma nação sozinha pode declarar vitória sobre essa crise. Na verdade, nossa cooperação nunca foi tão importante. Este é um momento feito para a ação e para o multilateralismo”, declarou Yellen ao grupo.
A secretária ainda abordou a crise climática e as inovações digitais entre as prioridades para os países do G-20. Para ela, uma “ação coletiva e multilateral é a única resposta realista ao desafio climático”, e o grupo deve se esforçar para ajudar países pobres a atingirem suas metas, bem como investir em ações que ajudem as pessoas a se adaptarem ao mundo digital.