• Pedras ainda rolam da encosta da Rua Uruguai

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  • 23/11/2016 14:52

    Pedras ainda rolam da encosta na montanha da Rua Uruguai, no Quitandinha. De acordo com moradores, é possível escutar o barulho das pedras descendo da encosta. Com medo, alguns deles estão se preparando para mudar do local. No entanto, para amenizar os estragos que podem ser causados caso ocorra mais algum deslizamento de pedras maiores, um "dique" será construído no sopé da montanha. Segundo a Prefeitura, o "dique" funcionará como um colchão”, servindo de amparo para as outras rochas que se desplacarem da encosta. A ação está incluída no plano de trabalho da Prefeitura para as intervenções no local onde duas pessoas morreram após um deslizamento de pedras, ocorrido no último dia 14 de novembro. O plano foi apresentado pelo prefeito Rubens Bomtempo na última sexta-feira (19).

    Ainda segundo a prefeitura, a construção do dique demorará entre 45 e 60 dias e a ação possibilitará a desobstrução da vida e a etapa seguinte será a construção de uma contenção na encosta. A construção será feita dentro das intervenções previstas pelo PAC Encostas. A Prefeitura afirmou ainda que, durante encontro com o prefeito em Brasília no dia 16 de novembro, o ministro da Integração Nacional, Hélder Barbalho, garantiu a inclusão da obra no PAC Encostas.

    Moradora da Rua Uruguai há 53 anos, Fátima Siqueira Silva, afirmou que escuta o barulho de pedras descendo da encosta. "Escutamos durante o dia. São pedras menores. Ainda não pude voltar para casa e estou dormindo na casa da minha irmã. Tenho tirado as coisas da casa aos poucos mas desejo voltar para a minha residência. Esperamos que o poder público possa nos ajudar de alguma forma", disse.

    Faixas de segurança alertam impedem que as pessoas fiquem na área onde ocorre o risco de deslizamentos. Um funcionário da Defesa Civil contou que uma pedra desceu na última terça-feira após um urubu pousar nela. Rodolgo Niels morava há dois anos em uma moradia alugada. A casa fica em frente à residência de uma das vítimas da tragédia, Paulo Roberto Souza, de 70 anos. Apontando as pedras que estão soltas na encosta, Rodolfo afirmou que conseguiu alugar uma casa e está se mudando. "Tem muita pedra para descer ainda. Estou tirando as coisas da casa com muito cuidado e atenção porque não sabemos o que pode acontecer. Estamos dormindo na casa de amigos e, felizmente, consegui alugar uma outra casa e assim que puder, mudarei de vez", contou.

    Decreto de situação de emergência deve ocorrer nessa semana

    De acordo com a Prefeitura, as intervenções serão possíveis com o reconhecimento, pelo governo federal, do decreto municipal de situação de emergência, o que está previsto para acontecer ainda nesta semana. A medida possibilitará a vinda de recursos federais em caráter de emergência para a resposta ao desastre da Rua Uruguai.

    “Desde a noite do acidente, estamos diariamente na Rua Uruguai, trabalhando para dar uma resposta ao que aconteceu. Foi assim na noite de segunda-feira, com agentes da Defesa Civil trabalhando ao lado do Corpo de Bombeiros nas buscas às vítimas. Foi assim também nas vistorias técnicas na região nos dias seguintes, com os nossos engenheiros e geólogos. Já na quarta-feira, fui a Brasília buscar apoio do governo federal na resposta a esse desastre e tive resposta positiva do ministro Hélder Barbalho. Fora isso, ainda trabalhamos junto com as concessionárias para o restabelecimento do fornecimento de energia elétrica e de água nas casas fora da área isolada, abrimos o CEI Chiquinha Rolla como ponto de apoio durante toda a semana e, por meio da Comdep, demos início à limpeza da região”, disse Bomtempo

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