Os idosos merecem respeito
A Lei 10.741 – 1º-10-2003 e acréscimos posteriores facultam direitos de prioridade aos idosos, com idade igual ou superior a sessenta anos que vão desde a tramitação processual, estacionamento, descontos em vários setores e etc.
Não obstante o direito aos trâmites preferencial de seus processos e a eles “devem ser assegurados todos os meios, oportunidades e facilidades para a preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social em condições de liberdade e dignidade.” A lei lhes garante ainda o direito à educação, cultura, esporte e lazer, habitação, transporte e os benefícios regulados pela Previdência Social além da Assistência Social àquele que aos sessenta e cinco anos não possua meios à sobrevivência capazes de prover a sua subsistência lhe será certificado um salário mínimo nacional desde que sua família não aufira rendimentos nos termos do artigo trinta e quatro do citado Diploma Legal em consonância com a LOAS.
Urge a criação de mecanismo que torne mais fácil a vida desses heróis que tanto fizeram pela família, nação e muitas das vezes na prática têm tais direito violados ou sonegados. Pela ótica do âmbito familiar se não ocorre a infração aos quesitos preliminarmente arguidos muitos são tomados de silêncio e solidão. Infelizmente rima com depressão. Ela se difere de uma queda, fratura ou de uma gripe. É uma doença da era atual. Não obstante o avanço dos meios de comunicação não consegue impedir essa terrível solidão que assola milhares de almas e tomam conta do globo terrestre. É a doença do século, no entanto, os idosos são os que mais sofrem por causa da solidão.
Lembro-me do Senhor Calixto Barbosa aos noventa e quatro anos bem vividos. Ele dizia que há pessoas que pensam confinar o idoso num quartinho nos fundos da casa é melhor para ele. Que o idoso não gosta do burburinho e do barulho das músicas e do entra e sai. O Senhor Calixto disse que não é verdade. O idoso gosta de compartilhar, de participar das festas, de estar presente. As pessoas nem perguntam as preferências dos velhinhos e lavram a sentença de solidão a eles como se estivessem mortos para a vida. Eles não podem e nem devem ficar isolados e condenados à solidão, ao escárnio do descaso e da falta de amor. Um banho de sol pela manhã não custa nada e a hidratação, água fresca e higiene fazem muito bem, no entanto, há velhinhos cheios de escaras e sonhando por um banho e muita das vezes os parentes ou responsáveis não se lembram disso. Dizia uma amiga aos noventa anos: “ah como sinto vontade de um telefonema, ouvir a voz dos amigos de antes, das pessoas que rodeavam e não as vejo.”
Eu disse isso, no sentido de conclamar as pessoas ao carinho, a uma palavra amiga, de solidariedade e de amor. Esse é um dos pontos que admiro meu cunhado Sérgio Luiz de Oliveira: o amparo aos idosos e carentes de um modo geral. Sei que a missão evangelizadora deve ser cumprida de acordo com o temperamento e possibilidades. É um dom sair à noite e madrugadas levando um agasalho, sopa e um café ao desvalido que possui a marquise como teto. É sublime. Ele lembra o Pe. Quinha. Aos domingos Sérgio vai com a esposa e amigos em visita a hospitais. Proporciona alegria a tantos através de biscoitos, frutas, fraudas, sabonetes, dentifrício e principalmente uma palavra de estímulo e conforto.
A santidade está na simplicidade encarnada nesses espíritos de luz. Neles tenho a visão de Jesus.