• ‘Relação com Brasil continua forte’, diz diplomata dos EUA

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  • 09/02/2021 07:40
    Por Beatriz Bulla, correspondente / Estadão

    O novo governo dos EUA continua a ver o Brasil como aliado, apesar de divergências de Joe Biden com o presidente Jair Bolsonaro. Esse é o recado de Kristina Rosales, uma das porta-vozes do Departamento de Estado, em entrevista ao Estadão. “Não é porque os dois líderes têm formas diferentes de pensar que as coisas estejam mudando para pior”, afirmou a diplomata. “A relação continuará sendo forte. As prioridades têm mudado, mas não significa que não há como trabalhar de maneira conjunta nesses tópicos.”

    Horas antes, em um briefing na Casa Branca, a porta-voz do presidente, Jen Psaki, também destacou a aliança entre os dois países. “Há uma parceria econômica significativa”, disse.

    Kristina repetiu a afirmação de Psaki de que os EUA têm séculos de parceria com o Brasil e afirmou que a cooperação na área econômica vai “preparar o terreno para a discussão de outros temas que talvez sejam mais sensíveis”, como a questão climática. “Vamos falar desses temas, mas sabendo que a relação com o Brasil tem uma história bem profunda e não é simplesmente porque há uma visão diferente agora que os países não vão continuar a ser aliados.”

    Durante os últimos dois anos, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fez declarações públicas de admiração ao republicano Donald Trump e disse apoiava a reeleição do presidente derrotado na disputa. O brasileiro foi o último líder do G-20 a parabenizar Biden pela vitória. Até agora, Bolsonaro e Biden não conversaram pelo telefone – algo que o presidente americano já fez com aliados próximos, como os presidentes do México e Canadá, e também adversários, como Vladimir Putin. Bolsonaro optou por uma carta na qual falou sobre o compromisso do Brasil com a preservação ambiental.

    Biden faz da preocupação climática um eixo de sua política externa. Durante a campanha eleitoral, o democrata disse que iria “reunir o mundo” para oferecer um fundo de US$ 20 bilhões para proteger a Amazônia e afirmou que o Brasil sofreria consequências econômicas caso não se comprometesse com a preservação da floresta. No primeiro ano do governo Bolsonaro, a imprensa internacional dedicou um grande espaço a temas como o aumento das queimadas na Amazônia, o afrouxamento da regulação ambiental no Brasil e as falas do presidente e do chanceler, Ernesto Araújo, com críticas ao que classificavam como “alarmismo climático”. Na semana passada, o governo Biden recebeu um relatório de ativistas e integrantes de ONGs internacionais, além de acadêmicos, com críticas ao governo Bolsonaro, incluindo a política ambiental.

    “Sabemos que já há cooperação na questão ambiental há muito tempo, não só por parte do trabalho que os EUA fazem com as ONGs locais na região da Amazônia mas também com a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento), que tem uma parceria de vários anos com o setor privado brasileiro”, lembrou a diplomata ao falar sobre o tema.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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