• Fernando Costa – Advogado e jornalista

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  • 19/07/2016 12:30

    Lembro-me, desde menino da amizade de  meus pais Eliza e Waldemiro Rodrigues da Costa  pelo  Dr. Machado e Familiares. Os visitavam e por eles eram visitados. Em Moura Brasil, o  “Dr. Machado” Pai, possuía uma Serraria bem próxima à rodovia. Eu não sabia que um dia eu haveria de partilhar do convívio com o filho, inolvidável Colega de lides processuais e forenses. Nasci e me criei em Três Rios, no Terceiro Distrito, Hermogêneo Silva cercania de Bemposta e de Paraíba do Sul, cujo tronco familiar foi oriundo de Minas Gerais tão logo vieram das terras lusófonas de meus ancestrais.

    Convivemos num ambiente harmônico e cordial. Célio Barbosa de quem sou sócio no escritório desde 1973, mas de convivência a partir da década de sessenta, fala com orgulho que estagiou com o Dr. Machado, isto é, com o Heitor Machado da Costa. E com gratidão, coloca-o dentre seus Mestres. Ao mesmo tempo incluem neste memorial os clientes pela confiança de seus préstimos, transferindo-lhes os louros da formação profissional e da cultura jurídica. O Dr. Machado entregava a causa ao estagiário Célio Barbosa dizendo-lhe: “prepare a contestação”, “esboce esta inicial”, “veja o recurso cabível”, “faça os quesitos.” 

    Os livros estão aí, apontando para a estante próxima a uma águia empalhada que adornava sua mesa. Essa firmeza e determinação conferia ao estagiário o incentivo à pesquisa, ao estudo adquirindo autoconfiança no trabalho que estava a realizar ante o múnus a ele conferido. Célio sabia que um Anjo da Guarda estava a sua sombra amparando-o, orientando-o, aplaudindo-o ou criticando-o, sempre objetivando o melhor para o futuro advogado. Eu, além do convívio amigo, participei por diversas de suas gestões frente ao Clube dos Advogados onde partilhamos juntos de várias realizações em benefício dos Advogados, assim como na equipe que dirigiu os destinos da 3ª Subseção da O. A. B. à época. 

    Já formados atuamos por várias vezes de processos como ex-adversos ou não, mantivemos o trato cordial e respeitando, contudo, as teses e os pontos de vista de cada qual tendo como fio condutor a intransigente defesa do Direito, lutando sem receio pelo primado da Justiça, pugnando pelo cumprimento da Carta Magna do País e pelo respeito à Lei e pelo bem comum A todo instante, estivemos cientes de que a advocacia é mais que uma profissão, é um legado Divino. O Advogado é indispensável à administração da justiça, na defesa do Estado Democrático de Direito, da moralidade pública e da paz. 

    O Dr.Machado, amigos, soube honrar os seus pares e os cultores das belas letras jurídicas a exemplo de Piero Calamandrei quando disse: “Para encontrar a justiça é preciso ser-lhe fiel. Como todas as divindades, só se manifesta aos que nela creem”. Muito haveria a dizer sobre esse Ilustre Colega que honrou a toga e a missão que lhe foi confiada. Por isso o abraço e as homenagens estendem-se aos seus queridos familiares. O Céu o recebeu junto aos Anjos, Santos ao Pai, ao Filho, ao Espírito Santo Paráclito e à Doce Mãe de Deus, portanto merece as palavras prescritas em São Paulo, II – Timóteo, capítulo 4, versículo 7, quando disse: “Bonum certamen certavi, fidem cervavi, cursum consumavi,” ou seja, “combati o bom combate, cumpri o meu dever e não perdi a fé”. Cum Christo in pace amigo! 

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