• Bernardo Filho – Advogado e empresário

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  • 24/10/2016 12:00

    Relendo o escritor tcheco Milan Kundera em "A insustentável leveza do ser" destaquei uma frase que define nosso momento político: " um homem jamais saberá se errou ou se acertou ao obedecer um sentimento"…e é este sentimento que deverá ser posto à prova nas urnas.

     Uma campanha política, ao seu final, pune e mostra a punição dos erros cometidos ao longo do tempo, quando então estes erros são cobrados. Esta afirmação apesar de óbvia demais, nos remete ao fato de que apesar de haver desejo de mudanças o conservadorismo pode prevalecer, caso não haja um canal claro para esta mudança. E os erros e acertos de cada candidato virão à tona, na medida de sua comunicação e por fim no resultado.

    Acredito que o foco central desta eleição, que enfrentaremos em poucos dias, seja a gestão. Tudo um pouco influi, já que o que está em jogo, não é a legitimidade e sim, a representatividade.

    Os excessos de factoides e promessas não cumpridas terão um papel decisivo. O que se fez ou deixou de fazer importará em um peso. Digo isto, porque as pessoas não estão interessadas em ideias, mas sim, interessadas em seu próprio interesse; se a agenda é conservadora ou progressista, o que interessa ao eleitor são seus interesses.

    O maniqueísmo volta a estar presente nos discursos dos candidatos, por ser uma política paroquial. O que a princípio poderia assustar aos desavisados, para aqueles que aqui vivem não, pois passa a incorporar os debates de forma natural, acirrando os ânimos e as diferenças. Discursos estes que, diga-se de passagem e por oportuno, carecem de qualidade.

    Quanto à discussão pela ausência de debates neste segundo turno, tenho uma posição pessoal de que, apesar de toda a mise-en-scène, da grande audiência nas TVs, da cobertura ao vivo, da animação dos correligionários, há divergências sobre o real efeito dos debates na decisão do voto dos eleitores. 

    É chegada a hora das escolhas, onde pesarão capacidade e eficiência na mesma proporção. O peso do Estado falido será suportado por um dos candidatos e a estagnação da Cidade por outro. 

    Em poucos dias saberemos da escolha da população. Torço para que Petrópolis ganhe, independentemente do resultado.

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