• Após morte de filha, pai desenvolve robô que ajuda a salvar vidas de bebês

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  • 11/08/2018 11:15

    Perder uma filha apenas 18 dias depois de seu nascimento é um drama para qualquer pai, mas o analista de sistemas Jacson Fresatto transformou a dor em força para ajudar outras famílias. Ele foi o responsável por desenvolver o robô Laura, nome em homenagem à filha falecida precocemente devido a uma grave infecção. 

    Em 2010, a filha do curitibano nasceu prematura e foi internada em uma UTI Neonatal de um hospital da cidade. A criança foi detectada com sepse, uma grave infecção hospitalar. A doença fez com que Laura partisse com apenas 18 dias de vida.

    Na época, o pai pensou: qual ser humano é capaz de cuidar, ao mesmo tempo, de dezenas de pacientes internados? Perceber se o estado de saúde desses enfermos se agravou e alertar a equipe médica? Só um robô mesmo.. O robô Laura.

    O robô Laura foi desenvolvido para gerenciar os riscos na área hospitalar através de tecnologias que analisam os bancos de dados de instituições de saúde para aumentar a eficiência do atendimento prestado por elas. O objetivo do Laura é encontrar falhas operacionais e informar às pessoas responsáveis a tempo para que se possa poupar tempo, recursos e até vidas que poderiam vir a ser perdidas devido a infecções graves. É o que explica o desenvolvedor do projeto, Jacson Fresatto.

    "Quando eu comecei a estudar a respeito do que tinha causado a morte dela, que era a sepse, eu entendi que não era um problema só de hospitais públicos ou do nosso país. É uma circunstância que acontece em todos os lugares do mundo. Eu entendi que a tecnologia podia ajudar muito porque se tratava de informações que já existiam, que estavam registradas em algum lugar, e que precisavam ser apenas resumidas, em tempo hábil, para que a equipe médica pudesse tomar a decisão de qual procedimento adotar. Então foi isto que motivou a construção da tecnologia”, explica.

    O sistema conversa diretamente com a área operacional e gerencia riscos através de computação cognitiva, tecnologia que permite que ele aprenda de acordo com novas informações e possa se adaptar a novas circunstâncias. As equipes hospitalares também podem se comunicar com o robô através de computadores ou dispositivos móveis e, em caso de necessidade, podem alertar médicos ou enfermeiras sobre pacientes que precisem de atenção imediata através de mensagens de celular.

    O robô Laura se comunica com enfermeiros e médicos através de terminais no hospital. Quando algum paciente requer atenção, esta informação é exibida com um alerta de urgência mínimo. Se o pedido não for respondido, uma ferramenta chamada “Ansiedade de Laura” entra em ação, deixando a cor do monitor cada vez mais vermelha, o que significa um aumento da urgência do caso. Se necessário, o robô pode entrar em contato com médicos responsáveis.

    Recentemente, o robô Laura foi selecionado para integrar um programa do Banco Mundial que estimula empreendedores que investem em projetos de inovação para a saúde. Segundo o Instituto Latino Americano de Sepse, tipo de infecção responsável pela morte de Laura, em 2017, 20,6% dos pacientes que foram infectados vieram a óbito. Ou seja, um em cada cinco infectados morreram em decorrência do problema. Com o robô Laura, certamente esse número será reduzido. Atualmente, o robô Laura é utilizado cinco hospitais, nas cidades de Curitiba e Londrina.

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