• A história da Comunidade da Tapera, o quilombo petropolitano, agora em livros

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  • 17/07/2020 17:08

    A sabedoria e a ancestralidade do povo negro da Comunidade da Tapera, o quilombo petropolitano, agora podem ser encontrados em livros. As histórias contadas pelos griôs (figura africana que transmite conhecimentos, tradições e mitos) além de encantar o leitor são essenciais para preservar a memória do povo africano em Petrópolis. Os quatro exemplares foram escritos por Sinara Rubia em parceria com o ilustrador Renato Cafuzo e já estão à venda pela internet (azizaeditora.com.br) e em livrarias de São Paulo e Rio de Janeiro.

    Ao todo são quatro livros ilustrados (Dona Sebastiana e como tudo começou; Tapera Encantada; As pedras da Tapera e Como proteger as crianças e fazê-las crescerem fortes) que narram os hábitos, os comportamentos e as crenças da comunidade. As histórias foram contadas pelos moradores (ou griôs) do Quilombo da Tapera. São eles: Adão Casciano (38 anos); Denise André Barbosa  Casciano (37 anos); Jorge Casciano (69 anos); Tereza Cristina Correia Casciano (66 anos); Douglas André  Barbosa Casciano (16 anos); Angélica Casciano André (18 anos) e Sandra Maria André  (53 anos) .

    “Pra mim e eu acho que também para todos da comunidade é um orgulho imenso poder compartilhar nossas tradições, saberes e fazeres! Esse sempre foi um sonho nosso e ver esse sonho se realizando é uma grande emoção”, disse uma das griôs da comunidade, Denise André Barbosa Casciano. “Estamos apaixonados nas coleções e tenho certeza que quem for adquirir também vai amar”, acrescentou.

    As narrativas presentes na coleção foram colhidas durante uma oficina de levantamento da memória social da comunidade promovida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) realizada em 2018. Em outubro do ano passado os livros foram lançados para a comunidade e participantes do projeto, agora chegaram às livrarias.

    O primeiro livro conta a história da matriarca do povo da Tapera, Sebastiana Augusta da Silva ou Dona Sebastiana. Ela nasceu em 1821 e faleceu, aos 120 anos, em 1951. “Ela era minha tataravó e foi quem recebeu as terras do quilombo em testamento após ter sido escravizada na fazenda Santo Antônio. Ela era a ama da fazenda. Eu tenho muito orgulho de ser descendente dessa mulher, por tudo que ela sofreu. Enquanto eu existir não deixarei o seu legado morrer, pois Sebastiana será  sempre lembrada”, ressaltou Denise.

    O Quilombo da Tapera fica localizado na região do Vale da Boa Esperança, em Itaipava e atualmente conta com 16 famílias. A Tapera existe há pelo menos 150 anos e há quase uma década é reconhecida oficialmente pela Fundação Palmares como comunidade quilombola.

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