• Upcycling: Petrópolis adere à moda sustentável

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  • 06/08/2018 17:35

    Uma das grandes apostas do segmento de moda é investir em sustentabilidade. Segundo o Instituto Ethos e Akatu, cerca de 5% da população do Brasil, o que representa em torno de dez milhões de pessoas, busca consumir marcas que defendam essa linha de trabalho. Essa valorização vem crescendo através de cooperativas, coletivos e artesãos, enfim, pessoas que buscam a própria autonomia, com o desenvolvimento de novas alternativas que busquem empoderar a mão de obra local. 

    Em 1996, a costureira Aparecida Santos Costa e as filhas Hingryt e Erica, domiciliadas em Cascatinha, lançavam a própria marca de roupas, após exportarem roupas por meia década para a Europa. Com produtos visando o respeito à natureza, utilizando matérias-primas ecológicas e orgânicas, a marca surgiu com o objetivo de oferecer qualidade e preservar o meio ambiente, por meio da moda sustentável e comércio justo, categoria em que são considerados pioneiros no Brasil. A primeira coleção foi apresentada no Fashion Rio Verão 2010 e recebeu da estilista Luciana Dominguez, o nome de Joana. O projeto foi inserido no mercado, em uma ação promovida junto ao Sebrae, em que a empresa participou de um modelo piloto da modalidade no país. 


    Após a ação, as atividades do grupo foram encerradas e a empresa retornou em 2014, com a proposta de se adequar às novidades, focando no e-commerce, com o objetivo de ampliar o público atendido. Na retomada, o foco foi atender empresas que entendessem a necessidade do respeito ao meio ambiente. Em 2018, a família resolveu inaugurar uma loja colaborativa em Itaipava, cuja previsão é iniciar as atividades em setembro, além de lançar uma nova coleção, que recebe o nome de “Ecologic Soul”. 

    “Sempre quisemos mudar a ideia de consumo das pessoas voltadas para moda e, das pessoas de uma maneira geral. Queremos nos tornar ícone no ramo sustentável, além de sermos ecologicamente corretos no Brasil e no exterior, praticamos o Comércio Justo e Solidário, no qual somos pioneiros. Dentre os pilares mantidos pela empresa, estão a inovação, a responsabilidade social e a sustentabilidade. Além da transparência e a corresponsabilidade na gestão, a inclusão de pequenos produtores para a sustentabilidade ambiental”, diz Diogo Costa, administrador da Razão Social Store. 

    Fabrício D'avila e Crystal Giallusi são artesãos e desenvolvem no próprio atelier, peças a partir do reaproveitamento de pranchas de skate quebradas, que geralmente são descartadas. A alternativa surgiu apenas como teste. Segundo os empreendedores, a ideia começou pela curiosidade em ver como seria desenvolver os itens a partir deste material. A partir da madeira nascem brincos, anéis e até pingentes de colares, que são complementados em alguns casos com resina ou detalhes em prata. “Nossa preocupação é sempre causar o menor impacto para o meio ambiente. Temos a valorização da natureza e daquilo que é um bem comum, de maneira muito forte pra gente. Quando uma prancha é quebrada, reaproveitamos tudo e conseguimos trazer itens que chamam a atenção do público”, afirmam. 


    Tatiane Freire começou as atividades com o ramo sustentável, há cerca de dois anos, num projeto de conclusão de curso da graduação em moda. Com resíduos têxteis, vindos dos restos de confecções, a designer consegue produzir diversos acessórios, que vem ganhando o gosto do público em feiras na capital. “Acredito que o consumo no mundo tem que mudar e ganhar hábitos mais conscientes. Existem peças de qualidade, artesanais, sem que agridam tanto ao meio ambiente, feitas por empreendedores que tem essa preocupação. Com restos de tecidos disponíveis em catálogos usados por estofarias por exemplo, conseguimos desenvolver um trabalho com pochetes. O nome da minha marca vem da igualdade e daquilo que ressignifica o que seria descartado”, explicou.


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