• Um dia em Chapecó

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  • 07/12/2016 12:00

    Chapecó, para quem não estudou geografia, é uma cidade do oeste do Estado de Santa Catarina. Bem, agora, diante de uma grande tragédia, todos sabem onde fica Chapecó e essa foi a maneira mais trágica que se poderia ter para ensinar geografia. Existe uma frase famosa que diz que o Brasil é o país do futebol. Pois bem, o Chapecoense é o time de futebol que representa a Cidade de Chapecó. 

    E, pode-se dizer que quem torce pelo Chapecoense é bem mais que um simples torcedor, é integrante de uma grande família. Pois, meus amigos, esta família está de luto, justamente no momento mais glorioso da história do Clube. Afinal, de forma até surpreendente, o Chapecoense iria disputar a partida final do campeonato Sul Americano de Futebol, contra a equipe do Clube Atlético Nacional da Cidade de Medellín, na Colômbia. Entretanto, por uma economia de 17 mil reais, o clube de futebol de Santa Catarina perdeu esse direito. 

    Sim, meus amigos, o grande responsável foi o comandante do avião que transportou o time catarinense do Brasil para a Colômbia, ao comunicar à torre de comando do aeroporto de Medellín, que a aeronave havia sofrido uma grande pane elétrica, pane essa que fez provocar um mergulhou fatal sobre as montanhas daquele país vizinho, ceifando vidas de setenta e uma pessoas, entre tripulantes e passageiros. Apenas seis conseguiram, milagrosamente, sobreviver. 

    Dizem que avião é o transporte mais seguro e que avião não cai, ele é derrubado. Nem tanto aos céus, nem tanto a terra, mas, neste caso, foi o que aconteceu. Já li sobre diversas tragédias aéreas, mas confesso que esta foi a primeira vez que tomei conhecimento que a causa da tal “falha elétrica”, foi a falta de combustível. Falha absurda e imperdoável. O custo de uma parada técnica para reabastecer o avião no município boliviano de Cobija, não tem comparação com a vida de 71 pessoas, preço esse que ninguém conseguirá pagar. É bem verdade que o senhor Miguel Quiroga, comandante do avião e sócio da Cia.

     Aérea Lamia, fundada há um ano, perdeu também a vida quando optou por realizar uma perigosa roleta russa. Entretanto, se por um lado aterrissar em Bogotá era o mais seguro, o senhor Miguel Quiroga seria conduzido também a um protocolo de investigação que poderia terminar com a apreensão do avião e uma alta multa, tendo sido esse o verdadeiro motivo que o fez evitar a tal parada técnica. A comoção é mundial. A imprensa rotula os jogadores que perderam a vida como heróis. Discordo. Heróis seriam se sobrevivessem, conseguissem jogar, vencer e tornarem-se campeões do tornei sul americano de futebol.

     Os que poderiam tornar-se heróis, não passaram de vítimas de uma junção do destino, com fatalidade e com uma economia desastrosa, que fez interromper o que levava a crer ser uma brilhante trajetória. Essa tragédia não será esquecida, principalmente pelos familiares de todos, jogadores, jornalistas esportivos e tripulantes que perderam a vida. Chapecó está de luto. O Brasil está de luto. E, porque não dizer: o futebol mundial está de luto. Resumindo: jogadores de um clube de futebol saíram da história para tornarem-se lenda.      

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