• Transporte público precário incomoda passageiros de diferentes bairros

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  • 13/07/2018 16:20

    Com apenas pouco mais de duas semanas do aumento da tarifa de ônibus em Petrópolis de R$ 3,90 para R$ 4,20, os problemas no transporte público continuam os mesmos. No último dia 26 de junho, os petropolitanos sentiram no bolso um aumento de R$ 0,30 em cada passagem, ou seja um reajuste de 7,8% na tarifa, mas problemas como atraso nos horários, mal estado das conduções e quebra frequente dos coletivos continuam acontecendo. Nos bairros que são atendidos pelas viações Petroita e Cascatinha a frequência é cada vez maior. 

    Ônibus 425 da Petroita quebra pela 2° vez na semana e usuários ficam a pé

    Não é de hoje, os ônibus da viação Petroita deixam a desejar aos petropolitanos. Os passageiros convivem com coletivos em péssimo estado de conservação. Segundo moradores do Venezuela, o ônibus 425 que atende a região quebra praticamente todos os dias. Na última segunda-feira (9), o ônibus de 7h20 quebrou e não conseguiu sair do bairro. Os passageiros, que já estavam alocados no veículo, tiveram que descer do ônibus e seguir a pé até o Quitandinha para pegar a próxima condução – eles tiveram que pagar a tarifa duas vezes. 

    Na quarta-feira (11) também, o ônibus 425, horário de 6h, quebrou e não levou os passageiros até o Centro, pois o motorista disse que o "validador estava com problema". "O preço que a passagem está para gente passar por isso? Não está dando, não", disse, indignada Marcília Coelho Campos, empregada doméstica, de 53 anos. 

    "Nós nos sentimos lesados, usurpados, desrespeitados. Você paga R$ 4,20 na passagem. Ok, somos obrigados a aceitar isso. Mas o serviço que a empresa entrega é horrível. A gente chega atrasado no trabalho e há patrões que não querem saber se o ônibus quebrou, não", desabafa.

    O Sindicato das Empresas de Ônibus de Petrópolis (Setranspetro) confirma que, de fato, o ônibus apresentou problemas na parte elétrica, o que gerou atrasos e e perda de viagens. De acordo com o sindicato ainda, a empresa afirma que vai fazer a manutenção preventiva dos coletivos e não apenas de reparação.

    Ônibus 528 da viação Cascatinha quebra mais uma vez na Comunidade do Alemão

    Conforme noticiado pela Tribuna, o ônibus 5048 da viação Cascatinha, que atende a linha 528, já quebrou inúmeras vezes nas últimas semanas, deixando os moradores da Comunidade do Alemão, literalmente, a pé.

    Ontem (12), o coletivo quebrou mais uma vez por volta de 13h40, perto da Associação de Moradores do bairro (que é mais ou menos no meio do morro). Os passageiros tiveram que descer do ônibus e subir o resto do caminho a pé. A dona de casa Liliane Paulino conta que na terça-feira (10) à noite, o coletivo perdeu a parte traseira, mas como estava chovendo, o motorista deixou um "pedaço" do ônibus no "pé do morro" e continuou a viagem com o pessoal. Depois voltou para buscar. 

    "É péssimo essa situação. Porque nós pagamos nossos impostos e estamos pagando a passagem de ônibus", disse o vice-presidente da Associação de Moradores, Sérgio Paulino. Os moradores afirmam ainda que percebem que os piores coletivos estão sendo enviados para o bairro.

    O Setranspetro informou que a Cascatinha está operando com frota de manutenção reduzida. Isso porque três dos cinco micro-ônibus substitutos de manutenção tiveram que ser deslocados para atender o Atílio Maroti depois que uma rua cedeu em março deste ano e o bairro não pôde mais receber ônibus convencionais. "Isso está afetando vários bairros e não nos permite fazer a manutenção dos veículos de forma adequada. O ônibus 5048 realmente está em estado crítico. Contudo, a viação Cascatinha já comprou dois ônibus novos, que devem chegar até o fim de julho. Esperamos que isso vá melhorar a situação", informou o sindicato.

    Linha 70 da Turb não cumpre horários por pelo menos três sextas-feiras seguidas

    Quem tem que pegar o ônibus 70, Gaby-Posse, da Turb sofre com os constantes atrasos da linha. Usuários relatam que o coletivo não passou pelo ponto da Rua da Imperatriz, em frente ao Museu Imperial, no último horário, de 20h20, nas últimas três sextas-feiras. Uma passageira, moradora de Areal, que preferiu não se identificar, conta que teve que correr para pegar o ônibus de São José, na Avenida Barão do Rio Branco. "Ele é mais caro e me deixa longe de casa. Tive que pedir para meu marido me buscar na Posse".

    Na última segunda-feira (9) também, a linha "comeu" pelo menos dois horários (o de 17:50 e o de 18:20) no mesmo e usuários esperaram mais de uma hora no ponto. "Eu acabei pegando um outro ônibus executivo que passou, às 19h. Mesmo assim tive que ir sentado na escada de tão cheio que ele estava!", disse o psicólogo Gustavo Saboia.

    De acordo com o Setranspetro, não foi possível cumprir o último horário da linha 70 nas últimas sextas-feiras por questões de congestionamento e retenções ao longo de toda a Estrada União e Indústria, Avenida Barão do Rio Branco e Centro Histórico, devido aos eventos no Parque de Exposições e Bauernfest. Ainda segundo o sindicato, o ônibus 70 é a linha com a maior quilometragem de Petrópolis, com percurso médio de 2h. "Dessa forma, qualquer fator externo, como trânsito, festas e acidentes, afeta o cumprimento dos horários". 

    O Setranspetro indica o uso do aplicativo de celular "Vá de Ônibus" para que os usuários consigam saber onde o ônibus está e ter uma previsão do horário em que chegará no ponto. 

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