• Temos motivos para comemorar?

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  • 20/03/2017 12:00

    Petrópolis comemorou esta semana 174 anos de existência. As comemorações foram muitas: desde as já tradicionais, como a entrega de títulos honoríficos no Palácio Quitandinha, à missa oficial na catedral e outras, até com bolo oficial. Sinceramente não sei se temos tantos motivos para comemorar, afinal temos sim, muitos problemas para serem resolvidos e nem um posicionamento oficial sobre eles é concedido.

    Às vésperas da comemoração, a ocorrência de uma forte, mas passageira chuva, colocou novamente a Cidade embaixo d'água. Dirão alguns que é apenas mais uma vez, já que isto ocorre há mais de 100 anos; a estes direi: sinto vergonha por isto ainda estar ocorrendo.

    Enquanto nossa governança está a não medir esforços na ligação Bingen-Quitandinha, não vejo esforço algum em tentar, ao menos, um planejamento para acabar com os transbordamentos. 

    Basta uma pequena pancada de chuvas, para o trânsito ficar um caos: não há qualquer preparação possível, ainda nem sequer temos um plano de mobilidade urbana; o que temos é uma acomodação muito grande por parte da população que acostumada a estas intempéries está resignada com a falta de providências públicas. Novamente dirão: o prefeito começou o exercício há 2 meses e meio apenas, deixem o homem trabalhar e a estes novamente direi que precisamos cobrar e não apenas aceitar, se resignar e ficar aguardando uma providência milagrosa.

    Temos hoje uma política descreditada. A classe política, quer no âmbito nacional, no estadual e também aqui em nosso quintal (temos até um ex-vereador ainda preso) está a dever. Ela precisa mostrar e dar aos cidadãos um pouco mais de veracidade e eficiência. 

    Muitas vezes, vontade de acertar ajuda, mas não basta; demonstrações de pirotecnia agradam, mas não passam disto. Pontualmente, temos desempenhos que começam a agradar e muito; cito como exemplo, a condução da segurança pública em Petrópolis e a nova postura da guarda civil; mas, as distorções ainda persistem principalmente na saúde (dirão que é legado, herança maldita do governo passado, digo eu: não é a expressão pura da verdade) que precisam urgentemente ser corrigidas. Dei apenas 2 exemplos mas poderia enumerar muitos outros, alguns bons, outros nem tanto.

    Espero e torço, para que quando estivermos comemorando os 175 anos, esteja eu aqui dizendo que fui surpreendido e que as coisas estão no caminho certo. Como afirmei uma vez, sou pragmático e otimista (se é que estas duas coisas podem conviver juntas) e o que se esperava da governança está acontecendo: que a geração de empregos e rendas foi retomada, a estagnação vencida, o crescimento voltou a acontecer e que os problemas começaram a ser realmente resolvidos. E que desta forma então, tenhamos realmente o que comemorar.


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