• Ruas usadas para o treinamento de motorista estão em estado precário

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  • 11/04/2018 12:00

    Os alunos das autoescolas de Petrópolis estão tendo que enfrentar uma difícil missão durante as aulas práticas: aprender a dirigir em ruas abandonadas, repletas de entulho, mato e muitos buracos. A rotina difícil é encarada diariamente por condutores e instrutores, na área de treinamento de direção, que fica no Quarteirão Italiano, região do Quitandinha.

    Os pontos mais críticos são justamente onde os novos motoristas serão examinados pelo Detran, conforme conta o aluno Pedro Paulo Loureiro, de 19 anos. “Eu já não tenho muita prática em direção. Aí começo a pilotar aqui, num lugar cheio de buraco e problemas como este, a gente acaba tendo que desviar e fazer coisas que não estão nos planos da prova prática”, contou. Sem perspectiva de uma solução rápida, por parte do governo municipal, o aluno ainda brincou. “Quem aprende a dirigir em Petrópolis num lugar como este acaba dirigindo em qualquer lugar. É prova de fogo. Esse vai ser o nosso diferencial”, completou Pedro.

    Na Avenida dos Pinheiros, ponto de partida da prova de direção, um problema: um bolsão d’água ao lado da pista e uma pilha de entulho que além de ocupar parte de uma faixa, atrapalha a visão dos motoristas, podendo até causar um acidente. “Esse é o ponto. É aqui que acontecem muitas reprovações, e justamente aqui temos esse absurdo: lixo, entulho, buraco, poça d’água e mau cheiro. A combinação perfeita para quem está começando a dirigir”, brincou um instrutor, em tom de crítica.

    O receio de muitos professores é justamente a falta de limpeza viária provocar um acidente. “O aluno sai aqui e não vê se vem carro. E ao mesmo tempo o motorista que está do outro lado também não sabe se tem carro saindo daqui. Ou seja, se saem dois ao mesmo tempo já era. Aí o prejuízo é nosso!”, completou.

    Ao longo do percurso, mais obstáculos. Nas ruas Ângelo João Brand, Yedo Fiúzza e travessas das Castanheiras e Amendoeiras, novos buracos. Numa delas os buracos chegam a ter mais de quatro dedos de profundidade, o que pode prejudicar pneus, suspensão e até mesmo a direção dos veículos. “O aluno ainda não sabe desviar rapidamente. Está aprendendo aqui. O problema é que na prova prática tem muita gente (fiscais) que pode acabar interpretando mal a conduta do aluno quando se depara com um buraco. Uns defendem que é preciso desviar, já outros preferem que o aluno passe por cima. E é nessa brincadeira que se vê uma perca de pontos suficiente para a reprovação. Tudo desnecessário. Então, que cada um faça a sua parte. A minha eu estou fazendo. Denunciando, reclamando, e trabalhando. Agora e eles? Estão trabalhando?” questionou um instrutor, que preferiu não ser identificado.

    O problema da falta de manutenção nas ruas do Quarteirão Italiano, área nobre da cidade, já não é de hoje. Há pelo menos três anos os moradores, instrutores e alunos reclamam das péssimas condições de conservação do local. O maior problema é que até hoje pouco foi feito. A Tribuna questionou a Prefeitura sobre o caso, mas não obteve nenhuma resposta até a publicação dessa reportagem. 

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