• Programa capacita empresas para fornecer ferramentas à GE

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  • 19/02/2016 14:00

    Nove empresas que participaram do Programa de Encadeamento Produtivo de Fornecedores receberam ontem o certificado, no auditório Santos Dumont, na GE Celma. O projeto, que durou 14 meses, teve como objetivo capacitar e qualificar essas empresas, para que possam atender a demanda na área de ferramentaria da GE. O resultado foi considerado positivo pelo diretor de Supply Chain da empresa Ricardo Keiper. Ele explicou que antes desse programa, uma parte da ferramentaria, utilizada na produção e nos serviços de reparos das turbinas, era importada. Com a parceria com o Sebrae, a compra desses produtos fica dentro do estado. Com isso, a GE ganha em competitividade, uma vez que, conseguindo os equipamentos dentro do Rio, consegue suprir a demanda mais rapidamente. Das 9 empresas que participaram do processo de capacitação, 7 são de Petrópolis. 

    A ideia de iniciar o programa surgiu em uma conversa entre o presidente da GE Aviation, Julio Talon e, na época, o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Estado, Julio Bueno. Daí levaram a ideia ao Sebrae e fecharam a parceria. 

    O diretor de Supply Chain explicou como surgiu a necessidade. “Sempre quando há uma nova turbina, como o caso do Genx, a GE precisa se preparar, porque o motor precisa de peças sofisticadas. “Na ferramentaria que temos na empresa há pouca capacidade de produção e começamos a importar as ferramentas. Foi quando surgiu a ideia de desenvolver as indústrias ao nosso redor”, declarou, acrescentando que as ferramentas usadas são de alta responsabilidade técnica. Também destacou que, ao ser capacitada para atender a GE, a empresa também está abrindo a possibilidade de atender outras empresas. 

    A primeira ferramenta, produzida por uma das 9 empresas que fizeram o curso, chegou na semana passada e, segundo Ricardo, não ficou atrás de nenhuma outra importada. “Com investimento em tecnologia, na capacitação e na qualidade conseguimos bons resultados. Aqui temos mão de obra de altíssima qualidade”, declarou. 

    Para Julio Talon, a entrega dos certificados representou o resultado do trabalho realizado com foco e determinação dos parceiros. Ele aproveitou para destacar o crescimento da empresa em 2015, que contratou 230 funcionários e bateu recorde de produção. Para 2016, espera um maior crescimento, com mais contratações. 

    Já o diretor do Sebrae no Rio, Evandro Peçanha, destacou que acredita nas pequenas empresas e que elas têm capacidade para atender as grandes, como a GE. Enquanto a atual subsecretária de Desenvolvimento, Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Dulce Ângela Arouca Procópio de Carvalho, afirmou que apoia toda iniciativa que busca gerar emprego e renda. Para ela, o momento de crise traz ainda mais a necessidade de investir em formação. 

    Claudia Pacheco, coordenadora regional do Sebrae em Petrópolis, informou que já aconteceram outras iniciativas dessa forma, mas a GE foi a primeira empresa âncora a procurar o Sebrae em busca do programa. Ela explicou um pouco de como ele funciona: “Primeiro a empresa mostra o interesse pelos fornecedores. Em seguida, o Sebrae faz um levantamento sobre pequenas empresas com potencial. No caso específico, a GE pediu ferramentaria. Fizemos a análise do banco de dados das organizações que possuíam essa capacidade e após a seleção iniciamos o programa”, disse.

    Durante o curso são levadas às empresas conceitos de indicadores, gestão financeira e gestão de qualidade. Na sala de aula aprendem a parte teórica e na empresa onde trabalham a parte prática. O Sebrae também faz um trabalho de consultoria para ver se os ensinamentos estão sendo aplicados. Segundo Claudia, a ideia é ampliar o trabalho com outras empresas âncoras na região. 

    Lino Candu, diretor administrativo da Tecnoweld, empresa petropolitana fundada em 1994 e que atua na área industrial, de caldeiraria, usinagem e soldas especiais, agradeceu a iniciativa do Sebrae e da GE. “Foi uma proposta desafiadora, que nos ajudou a analisar e refletir sobre a forma com que atuávamos na nossa empresa. Com o programa de encadeamento conseguimos colocar no papel as estratégias”, disse, acrescentando que qualidade e engajamento da equipe é uma das preocupações da Tecnoweld. 

    O Programa contemplou também a Carangola Log, Crisalf, Ferplast, Gusijure, MM Plastic, Silfer, Tecnoweld, Torusi e Usinar. 


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