• Presidente da Câmara fala sobre denúncias contra vereadores e projetos

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  • 30/10/2017 11:51

    Nos últimos meses, a Câmara Municipal de Petrópolis tem sido envolvida em diversas polêmicas, seja por inquéritos do Ministério Público Estadual ou por ações judiciais contra vereadores, como a que afastou o vereador Luiz Eduardo (Dudu/PEN) e o Pastor Sebastião, que, mesmo preso, ainda mantém o cargo de vereador suplente. Além disso, os vereadores, assim como todos os políticos brasileiros, são alvos diários de críticas da população, que cobra uma mudança de postura, como redução de benefícios, corte de salário e redução de cargos no Legislativo. 

    Considerado o homem forte do governo Bernardo Rossi, com grande influência na administração municipal e respeitado por aliados e adversários políticos na Câmara, o presidente da Câmara, vereador Paulo Igor (PMDB) falou sobre estes e outros assuntos, frisando que entre seus projetos está a candidatura a deputado federal em 2018. Sobre a afirmação de adversários políticos, que costumam repetir a frase “não quero ter problema com Paulo Igor”, ele afirma que vê como positivo, “pois é o reconhecimento do nosso trabalho, tanto político quanto à frente do Legislativo Municipal”. 

    Ele disse que não se vê como homem forte do governo, mas como parceiro do prefeito, e, por isso, procura ajudar na busca de soluções para que a administração municipal possa dar certo. “Se o prefeito acertar e fizer o melhor para a cidade, todos ganhamos. É bom para mim politicamente, mas muito melhor para cidade, pois é aqui vivo com a minha família, tenho meus amigos e meu desejo e vontade é que tenhamos uma cidade melhor”.

    Paulo Igor disse que a parceria com Bernardo Rossi foi construída ao longo do tempo e que nem sempre esteve ao lado do prefeito. Nos primeiros anos de sua atuação política, apoiou o seu tio, o ex-vereador Jorge Barenco, e, na sua primeira eleição para a Câmara, chegou a disputar a presidência da Casa com Rossi, mas acabou retirando a candidatura. “Naquele momento ficamos distantes um do outro, mas, com as eleições seguintes, fomos nos aproximando e acabei por coordenar as últimas campanhas dele e nos tornamos parceiros. Acredito nele e trabalho para que o governo Bernardo Rossi dê certo”. 


    Cortes na Câmara e devolução de dinheiro

    Entre os vereadores, há um grupo que prefere não se expor publicamente, mas que defende e cobra do presidente da Câmara medidas que atendam aos interesses da população. Uma delas seria o corte de cargos nos gabinetes, pois, hoje, cada vereador pode indicar nove assessores (sete no gabinete e dois por comissão) e redução salarial, pois o salário líquido de um vereador é de R$ 8.063,43.

    Paulo Igor disse que este movimento é verdadeiro e explicou que ele mesmo tem conversado com os seus pares sobre a necessidade de promover mudanças. “Somos quinze pessoas e, para tomar uma decisão que mexe com todos, precisamos pelo menos que a maioria concorde. Por enquanto, temos várias propostas, mas nenhuma é consenso”. 

    O presidente da Câmara não quis adiantar nenhuma proposta, mas alguns vereadores comentaram que está em discussão acabar com os carros e cortar alguns cargos, principalmente nos gabinetes. Ele disse que são propostas ainda em discussão, mas confirmou que o corte dos carros é uma possibilidade, pois, com isso, a Câmara não teria mais a figura do motorista para cada vereador, não gastaria com manutenção de veículos e nem com combustível. “Seria uma redução significativa”, disse.

    Ele adiantou que está em estudo (quase certo) a devolução este ano de R$ 500 mil para a Prefeitura e que vai conversar com o prefeito Bernardo Rossi para que este dinheiro seja usado para conclusão de três postos de saúde da família localizados no Caxambu, Araras e Posse. “A obra nestes postos parou por falta de pagamento e falta muito pouco. Se o prefeito usar este dinheiro para quitar a dívida, a obra será concluída e a comunidade será beneficiada”. 

    Sobre o orçamento da Câ- mara, Paulo Igor disse que há muito tempo o Legislativo não pede tudo a que tem direito. Diz que vem recebendo bem menos e isto em função da crise econômica do país. Para 2018, a proposta é que mensalmente a Câmara possa devolver dinheiro à Prefeitura, não esperando até o fim de ano para devolver um grande volume. “Vamos tentar, ao longo do ano, sempre que possível, devolver por mês o dinheiro que não for utilizado. Com isso, daremos nossa parte para que o governo tenha recursos”, afirmou, frisando que alguns recursos serão direcionados diretamente para algumas áreas. 

    Ainda para 2018, os vereadores estão estudando uma forma de garantir reposição salarial para os servidores da Câmara. Paulo Igor disse que este ano não foi possível, mas a meta para o próximo ano é conceder algum tipo de reajuste ou ao menos reposição. “Temos consciência de que precisamos fazer algo para dar uma resposta à população e os vereadores estão conscientes de que o momento é outro e que, mesmo que seja dentro das nossas possibilidades, temos que dar a nossa cota de sacrifício e fazer cortes”.

    Um desses cortes, segundo presidente da Câmara, é reduzir o número de cargos ligados a ele, seja diretamente no gabinete ou nas comissões. Paulo Igor disse que é uma possibilidade, mas frisou que cada vereador terá que avaliar seu trabalho, lembrando que o ponto eletrônico trouxe mudanças significativas na Câmara. Na sua avaliação, do ponto de vista administrativo, foi positivo e trouxe segurança inclusive para os servidores. De acordo com ele, alguns vereadores foram muito prejudicados e citou o caso do vereador José Jorge de Paiva, que reclama que agora não tem mais ninguém trabalhando na Posse, pois todos os seus assessores são obrigados a estar na Câmara.. 

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