• Polícia Federal prende médico do INSS condenado por violação sexual

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  • 29/03/2018 09:59

    O médico-perito do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), Célio Neves Retondaro, 70 anos, foi preso, acusado de violação sexual mediante fraude e tentativa de estupro a três pacientes atendidas no consultório do posto do INSS em Petrópolis.

    Os crimes, segundo investigação, foram registrados de 2011 a 2013. Célio foi preso em casa, em Petrópolis. A prisão foi decretada pela Justiça Federal, após o médico ter sido condenado em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal a uma pena de 21 anos e seis meses de prisão. 

    As vítimas, todas mulheres, relataram que o médico tentou tirar proveito sexual, enquanto fazia os exames de perícia para aquisição ou manutenção do auxílio doença, do qual as vítimas dependiam. O perito foi indiciado por cinco ocorrências.

    Uma única vítima relatou ter sofrido violência em três episódios. De acordo com o procurador da Procuradoria da República, Charles Stevan, responsável pelo caso, a vítima tentou, inclusive, trocar de perito após a primeira ocorrência, mas não foi possível. Em um dos três episódios, a mulher relatou que, após ter sido examinada, o médico colocou o órgão sexual para fora da calça e tentou fazer com que ela se aproximasse, mas a mulher escapou.

    Segundo o procurador, uma outra mulher afirmou ter tido o seio apalpado durante uma a medição dos batimentos cardíacos. Outra relatou que o médico levantou sua saia para ver sua calcinha. A primeira denúncia foi feita em 2011, na 105ª Delegacia de Polícia. Na ocasião, quem cuidou do caso foi Daniele Amorim, que era delegada adjunta na delegacia, mas que agora está a frente da Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher em Belford Roxo. As denúncias foram feitas na delegacia, mas, como os crimes foram cometidos dentro de uma instituição federal, o processo foi encaminhado para a Divisão da Polícia Federal, que concluiu a investigação.

    De acordo com o Ministério Público Federal, outras testemunhas ajudaram a compor o processo, incluindo uma mulher que foi paciente do médico quando ele ainda era funcionário da Prefeitura e atuava no posto de saúde da Posse, em 2005. A mulher relatou que, na ocasião, após examiná-la, Célio a agarrou e tentou beijá-la. Para o procurador, estes testemunhos foram fundamentais para traçar a conduta do acusado.

    Para Charles Stevan, é provável que existam outras vítimas do médico, mas, como não houve denúncia, não foi possível investigá-las. As denúncias partiram de vítimas que foram até a delegacia e de denúncias feitas à ouvidoria do INSS. Célio chegou a ser absolvido em primeira instância, mas o Ministério Público recorreu e ele foi condenado em dezembro do ano passado. 

    De acordo com o delegado Adriano Kaipper, responsável pelo Núcleo da Polícia Federal, no Quitandinha, o mandado de prisão foi cumprido no último dia 15 e o médico foi encaminhado para presídio em Benfica. 

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