• Parte da Posse está sem água há cerca de dez dias

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  • 24/02/2016 14:00

    Moradores do bairro Ingá e parte da Avenida Noemia Alves Rattes, no distrito da Posse, estão sem água há mais de dez dias. Grande parte dos cerca de dois mil moradores da localidade estão racionalizando o consumo e muitos deles não tem aonde recorrer para tomar banho e fazer comida. A dona de casa Antônia Regina Dias, de 56 anos, está comprando água filtrada para cozinhar e não teve vergonha de contar: ela não toma banho há quatro dias. “Nesse verão todo é impossível você ficar sem tomar banho. É muito calor, e a gente fica suando o tempo inteiro. Uma sensação muito ruim” disse. Segundo Regina, não cai água na sua caixa d’água desde o último dia 14. “Desde o dia 14 que a caixa não enche. Então fomos racionalizando, e utilizando muito pouco. Depois que a água toda da caixa acabou, há quatro dias, nós começamos a sentir mais esse problema. Eu nunca tinha sofrido com uma falta d’água tão demorada aqui na Posse” completou. A balconista Célia Azevedo, de 43 anos, tem duas filhas pequenas, de 7 e 9 anos de idade. As duas não estão indo às aulas desde a última sexta-feira. O motivo é a falta d’água pra tomar banho. “Eu não vou colocar minhas filhas pra ir à escola fedendo a suor. Ainda mais criança que não para um minuto. Isso é um absurdo. Além de falta de conforto está se tornando um problema de saúde pública. Um problema de higiene. Nós temos que resolver isso o mais rápido possível”, desabafou. O caso de Suzane Oliveira é ainda pior. A professora mora em uma parte alta do bairro e está sem água há dez dias. Ela tem uma filha excepcional. “Minha filha tem síndrome de down. Não é por isso que ela é melhor do que as outras. Mas ela, como qualquer outra menina de 12 anos, precisa de água para beber, comer e tomar banho. Eu não posso ficar aqui sem resposta, esperando algum posicionamento da concessionária, enquanto não tenho água nem para beber. Estamos tendo que comprar água e pedir para entregar aqui em casa. Não posso deixar minha filha sem tomar banho, então tivemos que chegar ao ponto de dar banho nela com água potável comprada para que ela possa fazer suas higienes”, disse. Suzane relembrou um problema que é ainda pior: a falta de água para descarga no banheiro. “O banheiro daqui de casa está podre. Moramos eu, meu marido, minhas três filhas e minha mãe. Todos utilizam um único banheiro, e não temos água para dar descarga. Como eu vou fazer? Terei que comprar água potável para jogar no vaso, enquanto podia beber, ou vamos ter que fracionar as idas ao banheiro?”, questionou. A Tribuna questionou a Águas do Imperador sobre o problema enfrentado pela localidade, mas até o fechamento dessa reportagem não obtivemos resposta.

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