• Monsenhor Ney

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  • 01/06/2016 12:45

    Em Petrópolis temos vários nomes dignos do Cânon Celestial pela beleza de alma e virtudes. Um deles é o Sacerdote Monsenhor Ney Affonso de Sá Earp. Tive a alegria de conhecê-lo nos anos 60. Seu falecimento em 14-09-1995 a todos consternou. Foi velado na Catedral São Pedro de Alcântara em Missa de Réquiem presidida pelo Bispo Diocesano e concelebrada pelo Bispo Emérito, por dezenas de Sacerdotes, na presença de autoridades, fiéis e familiares. A Missa de 7º dia foi celebrada na Capela do Colégio Santa Isabel onde o menino Ney fez sua Primeira Comunhão.  Filho primogênito do casal Nélson de Sá Earp e Amélia Maria Costa de Sá Earp. Nasceu no dia 17-12-1935 em Petrópolis. O casal trouxe à luz 7 filhos: 4 homens e 3 mulheres: Ney Affonso, Arthur Leonardo, Maria Cecília, Maria Angélica, Antônio Carlos, Pedro Paulo e Maria Gabriela. Os pais tinham uma profunda formação religiosa. Pertencia à Ordem 3ª Franciscana. O ambiente familiar foi decisivo para a vocação sacerdotal do primeiro filho. Ele fez o curso primário no Colégio Dona Hilda Maduro O curso ginasial no Colégio São Vicente de Paulo, dos cônegos premonstratenses. No intervalo entre um curso e outro, ocorreu um acidente que marcou sua vida. Foi no dia 16-12-1946. No dia seguinte, Ney iria completar onze anos. Seu irmão, o ilustre historiador Arthur Leonardo em comovente matéria publicada na Tribuna de Petrópolis “Uma tragédia – cinquenta anos”- 15 dez. 1996 rememorou o lamentável acidente. Ney concluiu o curso de Teologia em 1960, ano em que se ordenou a 3 de julho. O recém – ordenado Padre Ney não voltou logo ao Brasil. Permaneceu em Roma para fazer novos estudos. A história registrou que o Monsenhor Ney celebrou sua primeira Missa cantada na Catedral de Petrópolis em 19-04-64. “Retornou a Roma e a Toronto (no Canadá) para completar sua tese doutoral, laureando-se brilhantemente em 1974” – relato Revista Ação.  O então Pe. Ney assumiu a paróquia de Bemposta que integrava, dentre outras, a Capela de Hermogêneo Silva – Três-Rios, onde nasci em cujo Templo eu fui Coroinha bem no início do  Sacerdócio. Lecionou no Seminário Diocesano de Corrêas e na Universidade Católica. Foi Secretário Diocesano de Pastoral Familiar. Serviu à Arquidiocese do Rio de Janeiro. No Rio fora Professor da PUC, da Univ. Sta. Úrsula, da Fac. J. Paulo II e da Escola Mater Ecclesiae. Foi até seu falecimento membro da Comissão Arquidiocesana para a Doutrina da Fé e da Comissão Teológica da Arquidiocese do RJ. A grande marca do sacerdócio de Mons. Ney foram seus estudos e empenho pastoral em defesa da vida. De seu pai, médico de grande projeção em Petrópolis e profundamente sintonizado com a doutrina da Igreja a que sempre se mostrou fiel, herdou os conhecimentos que possuía sobre aspectos científicos da transmissão da vida. E a Teologia, sempre cultivada com amor, orientava e dava sentido a seu apostolado predileto. Dominava o latim, grego, inglês, francês, italiano e alemão e hebraico. Nos relatos que li se enfatizou que “era um excelente professor de Filosofia”. Dizia que São Tomás de Aquino tinha um pensamento original. E tal originalidade deixava-me curioso. A Faculdade ensinava a filosofia tomista, mas nem todos os professores colocavam S. Tomás no pedestal em que o colocava Mons. Ney. Valorizava a contribuição de vários outros filósofos a exemplo de Descartes, Kant e Santo Agostinho. Cumpriu a Divina missão.  Sob o manto da Santa Mãe Monsenhor Ney rogue por nós.

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