• Hino exalta a aspiração de liberdade e retrata momento

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  • 15/11/2016 00:00

    “Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós.” O verso, eternizado pela escola de samba Imperatriz Leopoldinense, em samba-enredo no carnaval do Rio, em 1989, cantarolado por muitas pessoas até os dias atuais, é, principalmente, o refrão do símbolo mais representativo da maior transformação política brasileira: o Hino da Proclamação da República. Composta em 1890, pelo jornalista e escritor Medeiros e Albuquerque e pelo compositor e maestro Leopoldo Miguez, a obra foi a vencedora de concurso realizado para eleger, na verdade, o hino oficial do Brasil republicano.

    Com letra marcada por um vocabulário considerado então rebuscado e ufanista, a composição foi preterida e deixou de ser oficializada como o Hino Nacional. Mas em janeiro de 1890, por decreto, passou a ser o Hino da Proclamação da República. Muito cantada nas escolas até os anos 70 do século passado, acabou caindo no ostracismo. Hoje, raramente é tocada em solenidades oficiais.

    O hino é, porém, o retrato do anseio por liberdade de uma população que então aspirava por uma forma de governo que garantisse mais liberdades e democracia e menos autoritarismo. O Brasil clamava por um sistema de governo capaz de fazer o país progredir e avançar nas questões políticas, econômicas e sociais. A resposta veio em 1889.

    Após 67 anos, o Brasil viu chegar ao fim uma forma de governo antiquada para as necessidades sociais em processo que não correspondia mais aos anseios da população. No dia 15 de novembro daquele ano, no Rio de Janeiro, capital do país, o marechal Deodoro da Fonseca liderou um golpe militar que derrubou a monarquia constitucional parlamentarista do Império, marcou o fim da soberania de Dom Pedro II, e instaurou a República Federativa e Presidencialista no Brasil. Deodoro tornou-se o primeiro presidente brasileiro, ao instituir um governo provisório.

    A partir daquele momento, a população poderia eleger seus governantes, através do voto. O Brasil era considerado o único país independente do continente americano ainda governado por um imperador. A independência já havia sido conquistada, em 7 de setembro de 1822, por iniciativa de Dom Pedro I.

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