• Grupo promove inclusão de jovens com Down

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  • 10/10/2016 10:55

    Inclusão social: conjunto de meios e ações que combatem a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, provocada pelas diferenças de classe social, educação, idade, deficiência, gênero, preconceito social ou preconceitos raciais. Inclusão social é oferecer oportunidades iguais de acesso a bens e serviços para todas as pessoas. E é justamente isso que a fonoaudióloga Margareth Castellain, em parceria com outros voluntários, têm promovido aqui em Petrópolis com o grupo “Somos 21”, criado por ela há cerca de um ano. A profissional, que já atendia crianças e adolescentes com Síndrome de Down, colocou em prática o sonho de mães e dos próprios pacientes, em ter uma vida social ativa e inclusiva. 

    Nos últimos anos, muitas discussões sobre o tema têm sido realizadas, mas pouco se faz para que isso de fato se torne uma realidade. O objetivo do projeto é que essas crianças e adolescentes tenham autonomia de realizar diferentes atividades em conjunto e separadamente. Em pouco tempo, professores voluntários de dança, teatro, e outras modalidades foram surgindo e agora o grupo conta com aulas de boxe, zumba entre outros, e se apresentaram em outubro no Festival de Esquetes de Petrópolis, com a peça de teatro “Recomeçar”, que fala sobre questões relacionadas à poluição do meio ambiente. Atividades lúdicas em grupo também são realizadas com o objetivo de promover a socialização entre os participantes. O grupo conta atualmente com 15 integrantes com idades de 10 a 32 anos.

    Apesar dos pais estarem presentes na maior parte do tempo, muitas atividades são realizadas apenas pelos integrantes do Somos 21. “A intenção é que esses adolescentes, alguns já adultos, possam sair de casa sem a supervisão direta dos pais. Claro que sempre um professor ou eu mesma estamos com eles, mas o fato deles irem a determinados lugares sem os pais já é muito importante. Eles chegam em casa cheios de histórias para contar e aos poucos começam a vencer a timidez e as barreiras que normalmente dificultam a socialização. Agora já fazem peças de teatro, apresentações de dança e nos enchem cada vez mais de orgulho”, disse orgulhosa. 

    Em novembro, o grupo que diariamente descobre um novo talento fará uma apresentação de dança no Teatro Dom Pedro. Para o professor Rodolfo Medeiros, que dá aula de teatro, iniciativas como essa fazem muita falta e são essenciais. “Trabalho com educação especial há mais de 10 anos, com esse grupo estou há seis meses e nunca paro de me surpreender. A apresentação realizada em outubro foi a primeira

    deles e só ressaltou o talento do grupo! O teatro é lindo, ele trabalha a autonomia, exige o exercício da memória, entre outras coisas. Os ensaios são muito sérios, que é justamente para mostrar que todos ali são capazes como qualquer outra pessoa, basta eles terem oportunidade de se mostrar”, disse.

    As mães dos integrantes do Somos 21 descrevem a iniciativa sempre emocionadas e ressaltando a gratidão por terem encontrado pessoas que verdadeiramente entenderam o significado e a importância da inclusão social. “Meu filho se encontrou no grupo e principalmente no teatro. Nesse período também descobri que ele, apesar de não ser em casa, era muito tímido nas aulas, barreira que está sendo rompida cada vez mais. O desenvolvimento na fala e corporal também foram gritantes e estou muito feliz”, disse emocionada Luciana Cortázio, que trabalha como chefe vegana. 

    Maria Ângela conta que a filha Débora, de 16 anos, também melhorou muito a timidez. “Ela ainda é um pouco retraída, mas nem se compara ao que era. O trabalho feito pela Margareth é maravilhoso e não tenho palavras para descrever o bem que ela faz para nossos filhos e para nós também, que conhecemos outras mães que passam pelas mesmas coisas que nós. No início nos sentimos um pouco perdidas quando se trata de criar filhos especiais, e toda a ajuda é muito bem-vinda. Ver o progresso de cada um deles e o talento artístico brotando em seus corações já tão especiais é indescritível”, contou emocionada. Assim como Maria Ângela, todas as outras mães se mostraram gratas e acolhidas pelo projeto. 


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