• Frota de veículos em Petrópolis cresce 38%, nos últimos seis anos

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  • 12/09/2016 19:30

    O número de veículos que compõe a frota de Petrópolis aumentou 38% nos últimos 6 anos. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em junho de 2010, a frota era de 109.053 veículos. No mesmo mês desse ano, foram registrados 150.379. Ou seja, são 41.326 novos carros, caminhões e motocicletas, circulando na cidade. Nesse período, o número mais alarmante foi com relação ao aumento de motocicletas – 44,2%. Para os especialistas, o crescimento da frota é um dos principais causadores dos engarrafamentos caóticos, que a cidade vem enfrentando nos últimos anos. Os dados vem de encontro ainda a um estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), na última semana, que mostrou que o petropolitano gasta, em média, 2 horas e 5 minutos no deslocamento casa-trabalho-casa e que esse tempo perdido gera um custo de R$ 398 milhões. O cálculo considerou o trajeto feito por cerca de 57,5 mil trabalhadores do município. 

    O levantamento divulgou uma média do tempo, mas quem mora na região dos distritos, por exemplo, pode enfrentar até 4 horas de deslocamento, considerando o tempo de ida e volta. Isso porque, a Estrada União e Indústria apresenta, principalmente nos horários de pico, diferentes pontos de congestionamentos. Os tradicionais são: o retorno de Bonsucesso, a ponte de Corrêas e a região do Retiro, próximo ao Carangola. Para quem está seguindo do Centro em direção aos distritos, enfrenta ainda engarrafamento na Rua 13 de Maio. 

    Para o economista da Firjan, Riley Rodrigues, a situação é reflexo da ausência de um planejamento urbano adequado. Dentro disso, acredita que o estudo feito pela Federação evidencia o fato de que os trabalhadores tem demorado cada vez mais tempo para chegar ao trabalho, ou porque estão morando cada vez mais distantes ou devido ao aumento dos congestionamentos. O estudo foi feito com dados de 2013, que é o último ano em que se tem as informações do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios. Segundo ele, o tempo considerado ideal para o deslocamento casa-trabalho-casa é de 30 minutos. Acima desse intervalo, mostra que o trabalhador está em um serviço que fica a mais de 10 Km de casa, ou está gastando mais que o tempo ideal nesse trajeto. E tudo isso, gera um grande dano ao profissional e, consequentemente, à empresa onde trabalha. “Se o trabalhador enfrenta pontos de engarrafamentos para chegar ao serviço, ele vai passar a sair mais cedo de casa para chegar na hora precisa. Com isso, acorda mais cedo e acaba dormindo menos. Todos esses fatores somados ao tempo em que leva no trânsito, faz com que ele já chegue cansado ao trabalho e, consequentemente, perca a capacidade de produção”, disse. 

    O especialista denomina a combinação: cansaço, estresse e viagem, como produção sacrificada. Com isso, o trabalhador, produz menos riqueza e com o acúmulo do cansaço da semana, produz cada vez menos. Isso faz com que a empresa tenha um resultado menor, sendo necessário aumentar o preço dos produtos, o que acaba gerando perda da competitividade. Para ele, é preciso, que sejam estabelecidas políticas públicas a fim de criar alternativas para esses trabalhadores. Seja levando o emprego até eles ou criando unidades habitacionais, próximas das áreas onde a oportunidade de trabalho é maior, como no Centro da cidade. “O estudo mostra que é uma questão de reordenamento urbano. Será necessário investir em ações que levem os empregos para onde as pessoas moram. Para isso, é preciso, por exemplo, que funcione o distrito industrial da Posse, para gerar empregos em uma área que mora muita gente. Além de gerar mais oportunidades em Pedro do Rio, na Mosela”, sugeriu. 

    Para Riley, a mobilidade urbana é essencial para os municípios, tanto no que diz respeito aos deslocamentos de pessoas, quanto de cargas e mercadorias. Uma das alternativas para melhorar esse processo, é também avançar na questão do plano diretor de mobilidade sustentável, incentivando mais o uso do transporte público, das bicicletas e os trajetos que podem ser feitos a pé. Já com relação ao aumento do número de motocicletas na cidade, ele acredita que é uma forma que as pessoas encontram de ter conforto nos deslocamentos, mas que podem trazer ainda mais prejuízos para os municípios, uma vez que, com o crescimento, aumenta também a quantidade de pessoas, vítimas de acidentes de trânsito, que acabam sobrecarregando o atendimento da saúde pública. 

    Outras medidas consideradas essenciais para a melhora da mobilidade, são os investimentos em mais acessos que liguem a Estrada União e Indústria à rodovia BR-040 e também a ligação Bingen-Quitandinha. Ambas, já foram apresentadas como fundamentais no Mapa de Desenvolvimento da Firjan. 

    Duplicação da General Rondon e duplicação de ponte em Itaipava são projetos da prefeitura a fim de melhorar a mobilidade urbana nesses trechos

    Questionada sobre o assunto, a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) informou que há ações e projetos de curto, médio e longo prazo. Entre as medidas já tomadas, citou a transferência da Rodoviária do centro para o Bingen, reduzindo o número de ônibus em circulação no Centro da cidade, e a criação de terminais de integração. Destacou ainda as mudanças pontuais no Retiro e em Bonsucesso (para impedir cruzamento de pistas, o que provoca retenção) e também a ligação entre o Bingen e o Centro.

    O órgão informou que vai acompanhar as obras de recuperação da Estrada União e Indústria pelo DNIT, a fim de garantir o diálogo permanente entre os governos federal e municipal para que todas as intervenções para a melhoria da mobilidade urbana no trecho sejam realizadas. Também há previsão de duplicação de pontes e de urbanização e duplicação das ruas localizadas atrás do Parque Municipal para desafogar o trânsito no centro de Itaipava. Outra medida importante para melhorar o trânsito será a ligação Bingen-Quitandinha e a ampliação e estímulo ao uso do transporte alternativo, com a instalação de novas ciclovias e ciclofaixas.

    Há ainda projetos para intervenções em pontos de retenção, como General Rondon e Duas Pontes, que já foram apresentados à Caixa Econômica Federal para aprovação. O município também tem projetos para Itaipava e espera a abertura de novo chamamento para o PAC Mobilidade, a fim de obter recursos para a realização das intervenções.

    A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento ressalta também que a revisão da Lei de Uso e Parcelamento de Solo (Lupos) prevê a descentralização e incentivos para que as empresas se instalem em outros pontos fora do Centro.









    Frota de veículos em Petrópolis cresce 38%, nos últimos seis anos


    Aline Rickly


    Com o aumento do número de veículos, crescem os congestionamentos, que faz com que as pessoas fiquem mais tempo no trânsito. 




    O número de veículos que compõe a frota de Petrópolis aumentou 38% nos últimos 6 anos. Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em junho de 2010, a frota era de 109.053 veículos. No mesmo mês desse ano, foram registrados 150.379. Ou seja, são 41.326 novos carros, caminhões e motocicletas, circulando na cidade. Nesse período, o número mais alarmante foi com relação ao aumento de motocicletas – 44,2%. Para os especialistas, o crescimento da frota é um dos principais causadores dos engarrafamentos caóticos, que a cidade vem enfrentando nos últimos anos. Os dados vem de encontro ainda a um estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), na última semana, que mostrou que o petropolitano gasta, em média, 2 horas e 5 minutos no deslocamento casa-trabalho-casa e que esse tempo perdido gera um custo de R$ 398 milhões. O cálculo considerou o trajeto feito por cerca de 57,5 mil trabalhadores do município. 


    O levantamento divulgou uma média do tempo, mas quem mora na região dos distritos, por exemplo, pode enfrentar até 4 horas de deslocamento, considerando o tempo de ida e volta. Isso porque, a Estrada União e Indústria apresenta, principalmente nos horários de pico, diferentes pontos de congestionamentos. Os tradicionais são: o retorno de Bonsucesso, a ponte de Corrêas e a região do Retiro, próximo ao Carangola. Para quem está seguindo do Centro em direção aos distritos, enfrenta ainda engarrafamento na Rua 13 de Maio. 


    Para o economista da Firjan, Riley Rodrigues, a situação é reflexo da ausência de um planejamento urbano adequado. Dentro disso, acredita que o estudo feito pela Federação evidencia o fato de que os trabalhadores tem demorado cada vez mais tempo para chegar ao trabalho, ou porque estão morando cada vez mais distantes ou devido ao aumento dos congestionamentos. O estudo foi feito com dados de 2013, que é o último ano em que se tem as informações do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios. Segundo ele, o tempo considerado ideal para o deslocamento casa-trabalho-casa é de 30 minutos. Acima desse intervalo, mostra que o trabalhador está em um serviço que fica a mais de 10 Km de casa, ou está gastando mais que o tempo ideal nesse trajeto. E tudo isso, gera um grande dano ao profissional e, consequentemente, à empresa onde trabalha. “Se o trabalhador enfrenta pontos de engarrafamentos para chegar ao serviço, ele vai passar a sair mais cedo de casa para chegar na hora precisa. Com isso, acorda mais cedo e acaba dormindo menos. Todos esses fatores somados ao tempo em que leva no trânsito, faz com que ele já chegue cansado ao trabalho e, consequentemente, perca a capacidade de produção”, disse. 


    O especialista denomina a combinação: cansaço, estresse e viagem, como produção sacrificada. Com isso, o trabalhador, produz menos riqueza e com o acúmulo do cansaço da semana, produz cada vez menos. Isso faz com que a empresa tenha um resultado menor, sendo necessário aumentar o preço dos produtos, o que acaba gerando perda da competitividade. Para ele, é preciso, que sejam estabelecidas políticas públicas a fim de criar alternativas para esses trabalhadores. Seja levando o emprego até eles ou criando unidades habitacionais, próximas das áreas onde a oportunidade de trabalho é maior, como no Centro da cidade. “O estudo mostra que é uma questão de reordenamento urbano. Será necessário investir em ações que levem os empregos para onde as pessoas moram. Para isso, é preciso, por exemplo, que funcione o distrito industrial da Posse, para gerar empregos em uma área que mora muita gente. Além de gerar mais oportunidades em Pedro do Rio, na Mosela”, sugeriu. 


    Para Riley, a mobilidade urbana é essencial para os municípios, tanto no que diz respeito aos deslocamentos de pessoas, quanto de cargas e mercadorias. Uma das alternativas para melhorar esse processo, é também avançar na questão do plano diretor de mobilidade sustentável, incentivando mais o uso do transporte público, das bicicletas e os trajetos que podem ser feitos a pé. Já com relação ao aumento do número de motocicletas na cidade, ele acredita que é uma forma que as pessoas encontram de ter conforto nos deslocamentos, mas que podem trazer ainda mais prejuízos para os municípios, uma vez que, com o crescimento, aumenta também a quantidade de pessoas, vítimas de acidentes de trânsito, que acabam sobrecarregando o atendimento da saúde pública. 


    Outras medidas consideradas essenciais para a melhora da mobilidade, são os investimentos em mais acessos que liguem a Estrada União e Indústria à rodovia BR-040 e também a ligação Bingen-Quitandinha. Ambas, já foram apresentadas como fundamentais no Mapa de Desenvolvimento da Firjan. 




    Duplicação da General Rondon e duplicação de ponte em Itaipava são projetos da prefeitura a fim de melhorar a mobilidade urbana nesses trechos


    Questionada sobre o assunto, a Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans) informou que há ações e projetos de curto, médio e longo prazo. Entre as medidas já tomadas, citou a transferência da Rodoviária do centro para o Bingen, reduzindo o número de ônibus em circulação no Centro da cidade, e a criação de terminais de integração. Destacou ainda as mudanças pontuais no Retiro e em Bonsucesso (para impedir cruzamento de pistas, o que provoca retenção) e também a ligação entre o Bingen e o Centro.


    O órgão informou que vai acompanhar as obras de recuperação da Estrada União e Indústria pelo DNIT, a fim de garantir o diálogo permanente entre os governos federal e municipal para que todas as intervenções para a melhoria da mobilidade urbana no trecho sejam realizadas. Também há previsão de duplicação de pontes e de urbanização e duplicação das ruas localizadas atrás do Parque Municipal para desafogar o trânsito no centro de Itaipava. Outra medida importante para melhorar o trânsito será a ligação Bingen-Quitandinha e a ampliação e estímulo ao uso do transporte alternativo, com a instalação de novas ciclovias e ciclofaixas.


    Há ainda projetos para intervenções em pontos de retenção, como General Rondon e Duas Pontes, que já foram apresentados à Caixa Econômica Federal para aprovação. O município também tem projetos para Itaipava e espera a abertura de novo chamamento para o PAC Mobilidade, a fim de obter recursos para a realização das intervenções.
    A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento ressalta também que a revisão da Lei de Uso e Parcelamento de Solo (Lupos) prevê a descentralização e incentivos para que as empresas se instalem em outros pontos fora do Centro.















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