• Ecos da guerra fria

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  • 11/09/2017 13:00

    No período em que se convencionou chamar de “Guerra Fria”, as discussões eram polarizadas ideologicamente entre o sistema de governo capitalista e socialista. Na época, as duas grandes potências mundiais, Estados Unidos e a extinta União Soviética, não mediam esforços para demonstrar que estavam à frente dos outros países e aprimoravam seus arsenais bélicos. A fabricação de armas nucleares era uma demonstração de força. E assim se deu a chamada “corrida armamentista”, os países buscavam o domínio de tecnologias que pudessem propiciar armas mais letais. Com isso, várias nações passaram a criar usinas nucleares. Tendo em vista uma possível terceira guerra mundial. O Brasil também embarcou nessa onda e criou o seu programa nuclear. Construiu dois reatores em Angra dos Reis, com o propósito de produzir energia. 

    A denominada União Soviética e os Estados Unidos não tiveram um confronto armado direto. Mas se envolveram em conflitos entre outros países, tomando partidos diferentes. Entre tantas, cito a guerra das Coreias, a do Vietnã, do Afeganistão. É válido dizer que também estiveram presentes na separação da Alemanha pelo já destruído muro de Berlim.

    Na semana passada, o mundo ficou em alerta com o anúncio de que a Coreia do Norte havia feito, com sucesso, um teste nucelar com uma bomba de hidrogênio, que provocou um terremoto de 6,3 graus de magnitude. Trata-se de um artefato termonuclear que pode ser instalado em mísseis balísticos intercontinentais. Esse é o sexto teste nuclear realizado pelo governo norte-coreano. Esse artefato possui um poder de destruição maior do que as bombas atômicas que foram lançadas em Hiroshima e Nagasaki pelos americanos na Segunda Guerra Mundial.

    A China e a Rússia, embora aliadas da Coreia do Norte, condenaram essa tendência do Líder da nação, Kim Jong-un, de investir em atividades armamentistas. O Conselho de Segurança da ONU fez uma reunião de emergência para avaliar as consequências do crescimento do potencial bélico de Pyongyang. O atual presidente dos Estados Unidos, o senhor Donald Trump, manifestou-se de maneira veemente, pois considera isso uma ameaça direta contra os americanos. E já pretende estabelecer sanções econômicas ao citado país.

    A verdade é que esse clima belicista reacende o medo de uma terceira guerra mundial, com armas que provocariam uma destruição maior do que as outras duas. Esse medo aumenta, porque de um lado, há um jovem que parece se divertir com esses “brinquedos” bélicos; do outro, um senhor imprevisível, com a vaidade aflorada; ambos egocêntricos. E, no meio de tudo isso, a população mundial se sente vulnerável. Como se não bastasse o medo dos atos terroristas, a legião de imigrantes que peregrinam sem destino, desamparados, ainda temos que viver sob tensão de uma possível guerra sem sentido algum. 

    A paz vive sob ameaça constantemente. Parece que não há interesse em preservar a vida no planeta. Existem países que investem mais na guerra do que na paz. Como uma nação pode se vangloriar por se tornar capaz de produzir um arsenal de armas nucleares? 

    Uma bomba atômica é um artefato covarde, aniquila qualquer tipo de vida, não há limite no seu poder de destruição. Os conflitos internacionais poderiam ser resolvidos de força pacífica e sensata. Mas é visível a inocuidade do corpo diplomático, quando estão em jogo os interesses das grandes potências. Continuo achando que a guerra é o reflexo da estupidez humana. A tristeza maior está na morte de inocentes e na hereditariedade da dor. As sequelas de uma guerra são imensuráveis.

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