• Dossiê Mulher: 66% das tentativas de feminicídio foram provocadas pelos companheiros

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 07/05/2018 16:10

    Dados do Dossiê Mulher de 2017, divulgados na última sexta (4) pelo Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP), revelaram que 66% das tentativas de feminicídio registradas nas duas delegacias de Petrópolis – 105ª (Retiro) e 106ª (Itaipava) – tiveram como acusados os companheiros das vítimas. No ano passado, a cidade registrou seis crimes deste tipo de crime, que têm contextos marcados pela desigualdade de gênero. 

    De acordo com o Dossiê Mulher, a maioria dos casos aconteceram no fim de semana e durante a madrugada. Metade delas tinham entre 30 e 59 anos e não contavam com o ensino fundamental completo. Outro dado divulgado pela pesquisa é que 50% dos crimes aconteceram dentro das residências das vítimas.

    No passado, a cidade registrou um feminicídio (assassinato de mulheres): foi a morte de Luciana Vieira Rodrigues, de 32 anos. Ela foi morta a tiros junto com os três filhos – Wesley, de oito anos, Evelyn de 13, e Emili de 10 anos – pelo ex-marido Jorge Luiz Evangelista, de 51 anos. O crime aconteceu na casa da família na Rua Henrique Paixão, no bairro Floresta, no dia 28 de março de 2017. 

    A mãe de Luciana, Ivanete Vieira, de 53 anos, também foi atingida de raspão por um tiro efetuado pelo genro. Após atirar na família, Jorge ateou fogo na casa e fugiu. Ele foi encontrado um dia depois do crime, com 70% do corpo queimado. Acabou morrendo dias depois no Hospital Santa Teresa (HST).

    A morte de Luciana chocou a cidade e acendou um alerta para o crescimento de casos de violência contra a mulher. De acordo com o Dossiê Mulher 2017, foram 903 casos de lesão corporal cometidas em 30% dos casos pelos companheiros. Também foram registradas nas duas delegacias 959 crimes de ameaças contra as mulheres.

    O levantamento também chama atenção para o número de casos de estupro em 2017: foram 118. O Dossiê Mulher também mostra a vulnerabilidade das meninas em relação a esse crime, dos 118 registros, em quase 48% dos casos as vítimas tinham até 11 anos de idade e 69% desses crimes aconteceram na casa delas.

    As duas delegacias também registraram 22 crimes de importunação ofensiva ao pudor (importunar alguém, em lugar público ou acessível ao público, de modo ofensivo ao pudor) e quatro casos de ato obsceno e assédio sexual.

    Últimas