• Do lanche do colégio ao empreendedorismo

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  • 24/09/2017 09:00

    Ainda no ensino médio, Carine Moulin começou a fazer brownies para lanchar na escola. Mas, o sucesso entre os colegas de classe foi tanto, que ela resolveu começar a vendê-los nos intervalos das aulas. Hoje, cinco anos depois, os brownies da Carine se transformaram na marca Moulin Brown, uma das mais fortes no ramo na cidade. Com quase sessenta pontos de vendas fixos no comércio local, a marca é destaque no empreendedorismo jovem em Petrópolis.

    Começar o próprio negócio não é tarefa simples, principalmente quando não tem experiência de mercado, ou conhecimento no ramo. Muitas pessoas até desejam ter o próprio negócio, mas não sabem por onde começar. Criar oportunidades, e não ter medo de encarar desafios, são os primeiros passos para a realização deste sonho.

    “Quando comecei a vender os brownies percebi que a procura era muito grande, e vi nisso uma oportunidade. Na época eu não sabia bem o que queria fazer da vida, mas queria seguir no ramo da gastronomia, só não sabia como começar. Eu sabia fazer os brownies e sempre gostei de cozinhar, vi nisso a oportunidade de começar o meu negócio”, contou Carine Moulin.

     Assim como todo empreendedor, a jovem também enfrentou muitos desafios, e enfrenta até hoje. Ela conta que a principal dificuldade foi entrar em um mercado que tem marcas muito fortes. “A maior dificuldade que enfrento até hoje, é a comparação com outras marcas. Para conquistar meu espaço tive que criar um diferencial, uma característica que fosse só minha”, contou.

    Hoje, o Moulin Brown é uma marca de brownies artesanais que busca explorar o máximo da sustentabilidade. Todas as embalagens são recicláveis. E as latinhas de brownie são latas de leite condensado reaproveitadas. Os clientes que retornam 10 latas, ganham uma de brinde. Os rótulos também são recolhidos de volta. Sem contar todos os materiais envolvidos na produção que também são enviados para a reciclagem.

    “Acho que o diferencial do meu produto é o carinho que tenho por ele, que reflete em quem compra comigo. Podem ter muitos brownies diferentes do meu, mas as pessoas compram pela qualidade e pelo carinho que tem com a marca e comigo”, disse, a empreendedora. 

    Além dos pontos de vendas, Carine já participou de dois grandes eventos na cidade: a feira de cerveja artesanal Deguste, e em duas edições da Bauernfest. “Para participar da baunerfest tive que criar sabores especiais com a temática alemã: o brownie de cerveja, floresta negra (com cerejas) e o tradicional alemão que leva cravo e canela. O sabor floresta negra fez tanto sucesso, que estamos até pensando em produzi-lo fora da festa”, disse, animada.

    Com o crescimento do negócio, foi preciso investir em materiais e mão de obra. Além de todo equipamento industrial a Moulin Brown também tem uma Food Bike onde apresenta seus produtos nas feiras que participa. Como não tinha dinheiro para investir, a jovem conta que precisou pegar dinheiro emprestado para comprar sua primeira batedeira industrial, que apesar de ter um custo alto, hoje sabe que foi um investimento necessário.

    A produção que começou com sessenta brownies por semana, hoje, chega a um mil, em semana que tem eventos. Isto, porque além dos pontos fixos e eventos (feiras, casamentos, aniversários), a marca também vende para o Rio de Janeiro através dos revendedores universitários. Um grupo de estudantes que revendem os brownies nas salas de aula nas faculdades em que estudam no Rio, para conseguir uma renda extra. 


    Buscar informação é essencial para começar com o pé direito

    Apesar da rápida inserção no mercado, o Moulin Brown não começou do dia para a noite. Em 2015, logo após o ensino médio, Carine precisou fazer um curso para conhecer melhor o empreendedorismo e começar o seu negócio. Ela passou por um seminário no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Empretec, que segundo ela, foi determinante para que tivesse segurança para prosseguir com o negócio. Muitas pessoas têm dúvidas na hora de começar um empreendimento, ou até mesmo em investir em um mercado que já existe. 

    Ter conhecimento na área é um diferencial para manter a estabilidade da empresa no mercado. A analista do Sebrae Renata Bento, explica um pouco da importância de buscar informações antes de se arriscar em um negócio. “É necessário ter uma base de conhecimento para poder correr um risco calculado. Abrir uma empresa é sempre um risco, e a formação ajuda a ter mais segurança, para que a empresa permaneça no mercado. Ajuda a tomar certas decisões na hora de começar”, explicou.  

     Outro ponto importante para quem deseja empreender é conhecer os procedimentos para a legalização da empresa. “A formalização além de ser uma obrigação, é muito importante para a microempresa, porque abre novas oportunidades para transações com mais fornecedores. E oferece segurança ao empresário quando ele está com tudo certinho como: alvará e notas fiscais. Não fica com medo de sofrer fiscalizações”, explicou, a analista.

    Renata também indica que as pessoas busquem fazer uma análise crítica do mercado que desejam se inserir: conversar com pessoas que tenham experiência no ramo, descobrir se tem afinidade e se há identificação com o aquilo que pretender investir o tempo. E fazer um planejamento, colocar no papel, tudo o que o negócio precisa ter para ser colocado em prática. 

    Dicas simples, que Carine seguiu à risca. Hoje, a jovem ministra palestras em eventos na cidade, sobre empreendedorismo, contando um pouco da sua trajetória. E também planeja colocar mais um produto no mercado, o brownie de potinho. Para conhecer a linha de brownies da Moulin Brown, basta acessar a página no facebook e no instagram.



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