• “Diferente é o mundo que queremos!”

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  • 03/04/2018 11:45

    Com o título retirado do Instituto Autismo e Vida de Porto Alegre, inicio esse texto com algumas considerações sobre o Transtorno Global do Desenvolvimento, também chamado de Transtorno do Espectro Autista. Ontem, dia 2 de abril, teve início da Semana Mundial de Conscientização do Autismo, e datas como essa são de extrema importância para pensarmos conjuntamente sobre temas que afetam a todos, de um modo ou de outro. 

    O Autismo é um desses temas. Caracterizado por alterações significativas na comunicação, na interação social e comportamental, o autismo gera importantes dificuldades adaptativas e aparecem antes dos 3 anos de idade, podendo ser percebidas, em alguns casos, já nos primeiros meses de vida. As causas ainda não estão claramente identificadas, porém já se sabe que é mais comum em crianças do sexo masculino e independente da etnia, origem geográfica ou situação socioeconômica. Estima-se que 70 milhões de pessoas no mundo todo possuem algum tipo de autismo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

    Com relação ao Brasil, esse número passa para 2 milhões. A única forma de lidarmos com o autismo é conhecendo-o. Tendo como premissa que conhecimento é poder, é fundamental que as pessoas aprendam mais sobre o autismo e, ainda além, aprendam com os autistas. Desconstruir mitos é um bom meio. Eles criam campo fértil para o fortalecimento de ideias equivocadas, fatalmente preconceituosas e sectárias. É muito comum ouvirmos dizer que autistas têm seu mundo próprio. No entanto, a dificuldade de comunicação cria um distanciamento que devemos tentar romper com abordagens adequadas a cada caso. Também o conceito de que são super inteligentes não condiz com a verdade, pois os autistas têm variações de inteligência comparáveis às de quaisquer pessoas. 

    As dificuldades com relação às sensações táteis, também criam a ideia errada de que eles não gostam de carinho. Na verdade, gostam sim, mas necessitam entender as sensações. Paciência e tempo de contato vão trazendo segurança ao autista para as demonstrações físicas de afeto. Lembrei-me de alguns desses mitos, mas existem muitos outros que devem ser quebrados. Tudo isso para enfatizar sobre o quão necessário é a informação sobre o Transtorno do Espectro Autista. 

    Acredito piamente que a educação inclusiva é a melhor forma de integração do autista na sociedade, com respeito e livre de preconceitos. As salas de aula que contam com a participação de crianças com autismo, são ambientes propícios para a transformação que desejamos. As crianças aprendem com a troca de experiências, descobrindo que limitações são comuns a todas as pessoas. Percebem, pela prática, que o respeito às diferenças é um direito inegociável. E como a escola, através do aprendizado e a convivência, tem efeito multiplicador não só de conhecimento, mas também de comportamento, as crianças levam para suas casas e transmitem aos seus pais as sementes de um novo pensar. E, assim, novas consciências vão se formando e um novo olhar sendo firmado. O mundo que queremos é o que entenda que o autismo é parte dele, não um mundo a parte.


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