• Dia Mundial de combate à homofobia é comemorado nesta quinta

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  • 17/05/2018 16:50

    Nesta quinta-feira (17), dia em que se comemora o combate à homofobia, militantes de Petrópolis afirmam que o tema ainda é pouco discutido e relatam falta políticas públicas para a comunidade LGBT. No Brasil, o índice de violência contra homossexuais vem aumentando nos últimos anos. 

    No dia 17 de maio de 1990, a Organização Mundial de Saúde retirou oficialmente a homossexualidade do rol de doenças, reconhecendo que “a homossexualidade é um estado mental”. A data ficou marcada como o Dia Mundial de Luta contra a Homofobia, em que se comemoram as conquistas e se reforçam as lutas da população LGBT. Em junho de 2010, o Governo Federal instituiu a data como o Dia Nacional de Combate à Homofobia. O decreto significou o compromisso do Estado Brasileiro com o enfrentamento da violência praticada contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.

    Em Petrópolis, os movimentos LGBTs buscam união entre os diversos grupos de militância que existem no município. Guilherme Freitas, responsável pelo Núcleo de Diversidade Sexual do Centro de Defesa dos Direitos Humanos (CDDH), nos contou sobre a luta da comunidade na cidade e a falta de políticas públicas para o enfrentamento da homofobia.

    “Em Petrópolis não ouvimos falar sobre os movimentos LGBT. Não vemos isso escancarado nas ruas como vemos em grandes capitais que, inclusive, contam com locais e áreas específicas para as pessoas da comunidade frequentarem, sem o risco de discriminação e violência. No CDDH, encontramos pessoas que à noite se assumem, mas no dia a dia, em seus grupos de convivência, são tímidos e não se revelam por conta da violência”, destacou Guilherme, reforçando que a discussão sobre o tema foi impossibilitada. “Acreditamos que é na escola que podemos levar essa discussão e orientar sobre o tema. Não é ideologia de gênero, é uma discussão”, declarou.

    Para atender e orientar as pessoas que procuravam o CDDH diariamente em busca de apoio, foi  criado, no ano passado, o Núcleo de Diversidade Sexual de Gênero. Representantes do movimento LGBT, militantes de direitos humanos, advogados, psicólogos e assistentes sociais fazem parte do núcleo. 

    O militante, que diz ter sido vítima de violência diversas vezes, disse que a classe social interfere diretamente na discriminação que sofre uma determinada pessoa que se assume homossexual. “Toda essa comunidade possui um tópico de diferença entre eles, que é a classe social. Um grande empresário não vai ter dificuldade quando assumir sua opção sexual, diferente de um aluno de uma universidade pública que venha se assumir publicamente ou para sua família. O Brasil é um dos países que mais matam homossexuais e também o país que mais consome pornografia trans, é uma incoerência. Os avanços na luta contra a homofobia ainda são poucos, mas acreditamos que essa realidade mudará”, salientou do representante do NUDSEG.

    O verdeador Leandro Azevedo, presidente da Comissão de Direitos Humanos, disse que a Câmara de Vereadores, por meio da Comissão, está aberta para a discussão do tema. “Ainda não temos trabalhos avançados sobre o tema, mas estamos empenhados em colocar o combate à homofobia e as causas LGBT em pauta. Temos que prezar pelo respeito à diversidade e combater qualquer tipo de violência. Meu gabinete está aberto para todos os movimentos que representam essa causa”, afirmou.

    Números

    Em 2017, o Disque 100, do Ministério dos Direitos Humanos, recebeu 1.720 denúncias de violações contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Do total, 70,8% foram por discriminação. Na sequência, aparecem violências psicológicas e físicas, com 53,3% e 31,8%, respectivamente.

    Das 445 mortes registradas em 2017, 194 eram gays, 191 eram pessoas trans, 43 eram lésbicas e cinco eram bissexuais. Em relação à maneira como eles foram mortos, 136 episódios envolveram o uso de armas de fogo, 111 foram com armas brancas, 58 foram suicídios, 32 ocorreram após espancamento e 22 foram mortos por asfixia. Há ainda registro de violências como o apedrejamento, degolamento e desfiguração do rosto. 

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