• Crítica de filme Han Solo – Uma história de Star Wars

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  • 23/05/2018 20:18

    Há muito tempo atrás, numa galáxia muito distante… anunciados sempre com esta premissa simplista, mas tão poderosa, os filmes episódicos da série Star Wars (Guerra nas Estrelas) começaram a chegar aos cinemas graças à visão de um obstinado jovem diretor e roteirista chamado George Lucas no ano de 1977, apresentando em sua trilogia original (episódios 4,5 e 6), um trio de protagonistas que marcaria toda uma geração. São eles : o inicialmente jovem sonhador Luke Skywalker (Mark Hamill), que transforma-se no principal guerreiro da recém-nascida rebelião; a princesa Léia Organa (Carrie Fisher), de personalidade forte e espírito combativo, além do icônico malandro e contrabandista espacial chamado Han Solo (Harrison Ford).

    O mais recente spin-off da saga principal é justamente, como notoriamente aponta, centrado na figura do contrabandista, desta vez interpretado por Alden Ehrenreich, que tem entre títulos como: Dezesseis Luas (2013) e Ave,César (2016), seus principais créditos de carreira.


    Um faroeste espacial ou um grande easter-egg ?

    Quando vemos o personagem pela primeira vez, no clássico de 1977, ao ser introduzido num diálogo perante um já idoso Obi-Wan Kenobi (Sir Alec Guiness) e seu aprendiz Luke Skywalker, Han Solo se apresenta como autor de incríveis façanhas, como por exemplo : a realização da famosa corrida de Kessel em 12 parsecs (que são medidas de espaço, e não, de tempo, como muito suspeitou-se nos anos pré-internet), e o fato do mesmo ter voado de uma lado ao outro da galáxia na nave mais rápida de todas, a lendária Millenium Falcon, ao lado de seu fiel imediato, o imponente Wookie Chewbacca.

    No longa, descobrimos como Han deu seus primeiros passos, até certo ponto, rumo ao caminho que o faria integrar a rebelião futuramente, ao vê-lo sair de seu planeta natal, Corellia, para tentar um meio de salvar Qi´ra (Emilia Clarke), seu interesse amoroso no longa, fazendo-o ironicamente unir-se ao regimento imperial, numa cena que revela a origem de seu codinome, de maneira sofrível. Já nas cenas iniciais, podemos acompanhar um pouco da demonstração de suas habilidades numa breve perseguição de speeder. 

    De maneira resumida, Han Solo conhece seus novos parceiros em meio a turbulência de um campo de batalha imperial, citando; o líder de equipe Backett (Woody Harrelson), a pistoleira Val (Thandie Newton), o piloto alienígena Rio Durant (voz de John Favreau), e aquele que será seu companheiro mais longevo; Chewbacca (Joonas Suotamo).

    Uma vez unidos, o grupo precisa realizar uma missão de assalto que lhes garanta o lucro necessário para conquistarem seus objetivos pessoais, e tem nesse trecho do longa uma satisfatória sequência de ação, além de explicar a origem do blaster de Han. Todavia, após alguns erros na execução do plano, causado por saqueadores rivais, o grupo sofre baixas, fazendo com que apareça em tela seu contratante e financiador, Dryden Vos (Paul Bettany).

    Como todo bom vilão clássico, que vê na perda de seu lucro até então certo, motivo para usar de sua malícia e ameaças controladas contra o grupo, Vos revela ter posse de algo valioso, principalmente para Han, ao obrigar que aceitem a presença de seu agente mais leal em nova missão para compensarem o fiasco inicial.

    Desprovidos de recursos, Han e cia, se veem forçados a recorrerem aos serviços de outro fora da lei, que é ninguém mais, ninguém menos do que um carismático Lando Calrissian (Donald Glover). O primeiro encontro da dupla, assim como entre Han e Chewbacca, é memorável. 

    A robô L3-37 (Phoebe Waller-Bridge), assistente de Lando também protagoniza bons momentos na telona. Mostrando mais personalidade que o próprio protagonista até.


    Nem tudo são flores no espaço

    Quando anunciado em 2016, Han Solo (Solo, no original) foi recebido de maneira morna, e descrente. Talvez até, com uma revolta contida por parte dos fãs, pois carecia de seu principal elemento; Harrison Ford. Não; não estou sendo injusto, mas lembro-me como se fosse ontem, quando toda a crítica especializada fez correr para o mundo todo, o conselho que o intérprete original tinha ao futuro escolhido, e replico aqui suas palavras: "não faça isso!" .

    Pode soar como uma declaração presunçosa, mas soou mais como um aviso profético, uma vez que o longa inicialmente teria a direção da dupla Chris Miller e Phil Lord (Uma aventura Lego), que após divergências criativas com a presidente da Lucas Film, Katheleen Kennedy, deixaram a produção do longa. Assim, o diretor Ron Howard (O Código DaVinci), acabou caindo de paraquedas para salvar o cronograma mais que apertado de finalização.

    A troca de direção pode ser visivelmente sentida dentro do longa, não podendo ser exatamente dita onde, quando e como aconteceu, existindo divergências entre ambas as partes sobre o quanto já havia sido filmado, e o quanto precisou ser rodado no complemento.

    Desta forma, o terceiro ato do filme, em que é apresentada a resolução da trama, com reviravoltas de certa maneira previsíveis, parece ter sido feito no piloto automático, pois Han Solo parece sair de cena da mesma maneira que entrou; unidimensional, deixando algumas arestas a serem aparadas até o fatídico encontro na cantina de Tatooine.

    Uma participação especialíssima de um celebrado personagem da saga amarra algumas pontas soltas entre as mídias diversas onde a Guerra nas Estrelas é travada, deixando linhas em branco a serem preenchidas sobre sua presença num outro momento.

    Han Solo – Uma História de Star Wars pode não ter a mesma densidade ou peso do derivado anterior, Rogue One, dentro da franquia. Entretanto, aposta no seguro para entregar um filme que se não diz a que veio, ao menos diverte durante sua exibição. Deixando a possibilidade de uma possível sequência em aberto, dependendo apenas de seu desempenho na bilheteria para tal confirmação.

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