• Crise no governo estadual interrompe realização do teste do pezinho na cidade

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  • 08/06/2017 11:30

    Os resultados do teste do pezinho, crucial para detectar precocemente ao menos seis doenças graves se não tratadas adequadamente, continuam não sendo entregues as mães de Petrópolis. Os exames são colhidos no Hospital Alcides Carneiro, quando há necessidade de internação, ou no Centro de Saúde quando os bebês estão com até sete dias de vida. O problema é que a maior parte das pessoas têm ficado sem saber se o filho tem ou não alguma das anormalidades identificadas pela triagem neonatal, impedindo que os tratamentos adequados sejam iniciados o mais rápido possível, e consequentemente que os pequenos tenham uma qualidade de vida melhor.

    Este é o caso da operadora de caixa Beatriz Fernandes de Carvalho, que há 10 meses espera pelo resultado do exame do filho Micael. Segundo ela, o menino fez o exame com apenas sete dias de vida, e ela foi informada que deveria retornar à unidade dentro de dois meses para buscar o resultado. Porém, quando voltou a surpresa; o exame ainda não estava pronto. Nos meses seguintes a jovem ligou e retornou ao local insistentemente, mas nada mudou.

    Segundo o neoropediatra André Felipe Pinto Duarte, o ideal é que as mães levem os bebês na primeira consulta com o pediatra nos primeiros 15 dias de vida, já com o resultado da triagem neonatal- teste do pezinho. “Quanto mais rápido for detectada alguma doença, mais eficiente será o tratamento adotado. Além disso, um ponto muito importante é que o teste identifica justamente anormalidades que praticamente não apresentam sintomas, ou seja, são difíceis de serem diagnosticadas nos primeiros meses de vida se não for através do exame”, explicou.

    Com apenas algumas gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido, possível identificar doenças metabólicas, congênitas e infecciosas. São elas: fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, doença falciforme, fibrose cística, deficiência de biotinidase e hiperplasia adrenal congênita. “A minha preocupação é que o Micael sempre teve a saúde debilitada. Com apenas vinte dias ficou internado e precisou fazer exames de coração, infecção, entre outros. Já teve pneumonia mais de uma vez e está sempre gripado ou com problemas respiratórios. Como o pai dele já teve câncer, tuberculose, e outras doenças mais graves e que tem fator hereditário, me preocupo muito com meu filho. Principalmente por não saber o resultado do exame”, disse aflita.

    A Secretaria de Saúde informou que a última emissão de laudos do teste do pezinho ocorreu em maio, mas de exames realizados em 2016, de acordo com o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE). O laboratório é contratado pelo estado e o pagamento está atrasado. A secretaria disse ainda que o teste está sendo realizado no Centro de Saúde e no Hospital Alcides Carneiro normalmente, e que entre agosto de 2016 a maio de 2017 foram realizados 1.270 exames no Centro de Saúde e 494 no HAC. E esclareceu que todas as crianças que realizaram o exame nas unidades referidas estão sendo assistidas, uma vez que caso o teste acuse alguma patologia o laboratório entra em contato para comunicar o resultado do teste e essa mãe é acionada para a unidade referenciada para o acompanhamento e investigação clínica no recém-nascido.

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