• Crescem casos de obesidade infantil

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  • 14/04/2016 17:45

    Um estudo feito pela Comissão para o Fim da Obesidade (Commission on Ending Childhood Obesity – ECHO), durante dois anos, em mais de cem países, lançou um alerta mundial: a obesidade infantil pode causar dificuldades comportamentais e emocionais, além de reduzir o desempenho escolar das crianças. O levantamento aponta que, pelo menos, 41 milhões de crianças menores de cinco anos estão com sobrepeso ou obesas no mundo, sendo a maioria residente em países de baixa ou média renda, como o Brasil. Um dos principais motivos para esse cenário seria o ambiente obesogênico ao qual os indivíduos estão expostos. Na análise da Amil, empresa de saúde que lidera campanha contra a obesidade infantil no país, o relatório da comissão será um norteador para as iniciativas de gestores públicos e privados.

    O documento concentra uma série de recomendações e propostas de ações para as principais partes interessadas no assunto: a Organização Mundial da Saúde, organizações internacionais, estados signatários, organizações não governamentais, setor privado e instituições filantrópicas e acadêmicas. De acordo com as recomendações da comissão, cabe a essas entidades motivar a ingestão de alimentos saudáveis, a prática de atividades físicas e a gestão do peso corporal, com cuidados com a saúde desde a preconcepção, passando pela gestação, primeira infância e idade escolar.

    No Brasil, o principal exemplo de iniciativa privada no combate à obesidade infantil vem da Amil, que iniciou, em 2014, um movimento de engajamento social a partir da conscientização sobre a epidemia da doença no país. A empresa estima que a campanha já tenha alcançado mais de 150 milhões de pessoas, por meio de uma série de ações que envolvem peças de comunicação, estímulo à prática de atividades físicas, orientação nutricional e instruções a pais e responsáveis.

    “É muito importante que todos esses atores sejam convidados para o enfrentamento à obesidade infantil, que é um problema complexo e multifatorial. Nesse sentido, a Comissão para o Fim da Obesidade traz um importante alerta: somente através de um esforço multissetorial poderemos alcançar os benefícios sociais, econômicos e de saúde necessários para reverter a epidemia mundial da doença”, aponta Odete Freitas, diretora de Sustentabilidade da Amil.

    O ambiente obesogênico, ao qual se refere o relatório, diz respeito aos atuais modelos de alimentação, disponibilidade, acessibilidade e venda de alimentos, aliados ao declínio de atividades físicas, com mais tempo dedicado a práticas de lazer sedentárias. De acordo com o ECHO, as respostas comportamentais e biológicas de uma criança exposta a esse ambiente podem ser moldadas antes mesmo do seu nascimento, com impactos para o resto da vida, uma vez que uma criança obesa tem grande probabilidade de se tornar um adulto obeso.

    O nutrólogo pediátrico Hélio Rocha destaca que a velocidade de novos casos de obesidade infantil no Brasil vem preocupando os especialistas. “Em 2004, o Brasil emergia com grande velocidade como um dos países onde a epidemia se instalava mais rapidamente na infância. Até 1998, tínhamos uma velocidade semelhante à dos Estados Unidos. Daí para a frente, tomamos a dianteira em termos de velocidade de ascensão da obesidade infantil, e isso é muito preocupante”, destaca o médico.

    O relatório completo da ECHO está disponível para visualização no link: apps.who.int/iris/bitstream/10665/204176/1/9789241510066_eng.pdf.


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