• Contrassenso municipal Joaquim Eloy dos Santos Escritor

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  • 05/06/2018 13:00

    O turismo em Petrópolis deveria ser a grande prioridade municipal, sob atenção direta e permanente do Poder Público. É a atividade representativa de nosso futuro e segmento básico de nossa vida presente. Nele, obviamente, embutida a nossa cultura de raízes fortes, partindo da constatação de que Petrópolis é cosmopolita ao tempo em que embute na sua realidade a criatividade que vem dos primeiros habitantes da serra da Estrela. Na consequência dessa mistura de ações, pensamentos, fazeres, edificadores da urbanidade iniciada pelo talento de Júlio Frederico Koeler, apresenta-se hoje, o Município, sob duas vertentes de apoio ao turismo, de resultante cultural: o acervo de seu belo patrimônio da edificação urbana e a criatividade do povo nos caminhos de uma arte que se renova sempre e tem elevado a Cidade de Pedro ao reconhecimento de belos talentos. Inclui-se nessa receita, a atraente história do Município, toda ela ligada ao caminhar do Brasil, a partir dos tempos, ainda, da ocupação gradativa das serras de encanto e cobiça.

    Para receber os visitantes e pelo conforto de seus habitantes, continua faltando a essa joia serrana o principal: a sensibilidade dos homens públicos que representam e gerem o patrimônio de todos, muitos ligados apenas aos seus propósitos pessoais e corporativos, no esquecimento de que a morte da galinha dos ovos de ouro representa o fim dos ninhos da prosperidade.

    Já caminhamos de forma correta ao criarmos os conselhos adjuntos ao poder público, de ação deliberativa, o que agiliza as discussões e aplicação dos projetos e medidas, órgãos sob composição mista com conselheiros indicados pelo poder público em paridade com o segmento social. Uma responsabilidade cívica, sem vencimentos. Como deve ser.

    Para início de conversa, pede-se ao poder público a fiação embutida que está faltando na rua do Imperador e que ela seja introduzida, gradativamente em projeto de periodicidade anual, sob verbas orçamentárias específicas, em todas as vias públicas do Município, para término da vergonha que é a posteação carregada do entrelaçamento de fios, cabos e correlatos, sem contar a obstrução que causam os postes nas calçadas do ir-e-vir dos pedestres. As verbas para o serviço de instalação e conservação já existem, no IPTU, cuja destinação primeira é o custeio de todas as providências em benefício das vias públicas.

    Imenso contrassenso é a exigência da preservação dos imóveis tombados, em bom estado das fachadas, o que tem sido cumprido pelos proprietários contribuintes do IPTU, por detrás do lixo que é a fiação a céu disposta, correndo pela frente das fachadas e pondo em sério risco a segurança da população.

    Nas principais capitais e nas cidades do feitio turístico espalhadas pelo globo terrestre, a fiação não aparece aos olhos dos passantes, os prédios exibem as belezas de várias épocas, o calçamento é conservado e o respeito ao bem público é assinalado pela inexistência de lixo espalhado ou fora das coletoras, como por aqui se vê e se deplora.

    Qual o prefeito que compreenderá a dignidade que a cidade merece e dela cuidará como se fosse a sua casa?

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