• Câmara deve rejeitar nesta terça denúncias contra vereadores Dudu e Paulo Igor

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 05/06/2018 08:59

    Após mobilização, o governo conseguiu maioria na Câmara Municipal para que vereadores rejeitem nesta terça-feira (5), às 16h, a denúncia que pede a cassação dos vereadores Paulo Igor, preso em Bangu, e o vereador Luiz Eduardo (Dudu), foragido desde o dia 12 de abril. Os dois são acusados de fraude em licitação e peculato, conforme denúncia do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), mas continuam recebendo os salários. De acordo com a Câmara, houve uma ordem da Justiça para que os vencimentos fossem pagos.

    Maurinho Branco deixa a CPTrans e volta à Câmara Municipal

    As denúncias pedindo a cassação dos dois vereadores foram apresentadas por Yuri Moura e Daniel Lúcio da Silveira, que se basearam em publicações na imprensa e no processo. Eles sustentam que Paulo Igor e Dudu cometeram crime, conforme denúncia do MPRJ. Entre os artigos nos quais eles se baseiam para pedir a cassação está o inciso terceiro do artigo 42 da Lei Orgânica Municipal (LOM), que aborda os motivos de cassação de vereador, entre eles: “utilizar-se do mandato para a prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa”.

    A maioria para o arquivamento das denúncias foi conquistada com o retorno de Maurinho Branco à Câmara Municipal, ao reassumir o cargo de vereador. Conforme divulgado pela Tribuna no último domingo (3), ele deixou a presidência da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transporte (CPTrans), aceitando assim o encargo de fortalecer o grupo de vereadores que desde o início se posicionaram contra os pedidos de cassação. Maurinho Branco foi procurado durante toda a tarde dessa segunda-feira (4), mas não foi encontrado e nem atendeu ao telefone.

    A pressão do governo e da bancada governista não foram suficientes para fazer com que Jamil Sabrá Neto mudasse seu posicionamento. Desde o início, ele era favorável à aceitação das denúncias. Na quarta-feira, dia 30, e na segunda-feira, dia 4 pela manhã, Jamil Sabrá foi procurado por representantes do governo que tentaram convencê-lo a não aceitar as denúncias, mas como manteve seu posicionamento, foi informado que Maurinho Branco retomaria o mandato, que ocorreu no final da tarde dessa segunda. 

    Procurado, Jamil Sabrá disse apenas que não mudaria sua decisão e que vai aguardar os acontecimentos. Reafirmou sua candidatura a deputado estadual, lembrando que o diretório do PDT vai se reunir nos próximos dias para confirmar seu nome por Petrópolis para uma das cadeiras da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

    Ao contrário dos vereadores que sinalizaram votar pelo arquivamento das denúncias, o vereador Antônio Brito (PRB) antecipou que é a favor da aceitação do processo de cassação dos vereadores Dudu e Paulo Igor. "Não posso ficar omisso, e acredito que a Câmara também não possa ficar omissa diante do questionamento da população a respeito dos fatos noticiados. É preciso dar uma resposta, e a aceitação do processo é o mínimo que devemos fazer. A possível cassação ou não deve ser discutida apenas após o resultado desta investigação feita pela Câmara, com base na investigação judicial", declarou Brito.

    Outro vereador que não cedeu à pressão foi Leandro Azevedo, que por meio de sua assessoria informou seu voto pelo aceitação das denúncias. Para ele, o momento é muito complicado e votar pelo arquivamento é ir contra o anseio popular pela moralização da política. No final da tarde de ontem, outros vereadores foram procurados, como Justino do Raio X (MDB), Marcelo da Silveira (PSB), Roni Medeiros (PTB) e outros, mas não foram encontrados e não atenderam às ligações.

    O interesse do governo pelo caso se deve ao fato de o vereador Paulo Igor ter sido considerado o homem-forte do governo, com indicações para várias secretarias e amigo do prefeito Bernardo Rossi. Como não é possível atuar apenas por um, o governo tentar evitar o processo para os dois vereadores, ainda que Dudu também mantivesse um bom relacionamento com o governo.

    Últimas