• BR: obra inacabada coloca os caminhoneiros em risco

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  • 19/08/2016 10:30

    A sinalização precária, cones e desníveis no asfalto estão atrapalhando a vida dos caminhoneiros que trafegam pela BR-040. Por conta das obras da nova pista de subida, muitos trechos ficaram estreitos, colocando em risco os motoristas que são obrigados a parar na pista, principalmente à noite. A restrição nos horários de subida, colocada em prática em 2013, quando a obra estava a todo vapor, ainda está em vigor, e ainda é um agravante para o escoamento da produção que é transportada pelos caminhoneiros.

    As reclamações foram apontadas por Jorge Lisboa, diretor da Associação Fluminense dos Transportadores de Carga. Segundo Jorge, os cones colocados ao longo da pista atrapalham a visibilidade dos motoristas. "Não temos muitos pontos de apoio para parada e os cones atrapalham muito para fazer curvas, desviar e até mesmo frear quando necessário. Já estamos cansados de alertar sobre o assunto", disse.

    Ainda de acordo com Jorge Lisboa, a sinalização ruim na serra pode causar muitos acidentes. "Os caminhoneiros estão acostumados a trafegar por muitas serras nesse país. Na minha opinião, a serra de Petrópolis é a que tem a pior sinalização. Já questionamos a Concer sobre o assunto e eles sempre dizem que fazem o que está no contrato", contou.

    Por causa das restrições para os caminhoneiros no Rio de Janeiro nessa época de Olimpíada, os motoristas estão se organizando para não atrasar o escoamento da produção. "Estamos num momento muito complicado, porque temos que fazer uma grade de horários e tudo cronometrado para não atrasar ainda mais nas entregas. Isso tudo levando em consideração que o péssimo estado da serra de Petrópolis já nos atrasa bastante", explicou.

    Em fevereiro de 2013, os caminhões com três eixos ou mais foram proibidos de subir a Serra de Petrópolis nos horários de grande movimento: às sextas-feiras e vésperas de feriado, das 16h às 22h e aos sábados das 8h às 14h. A proibição, articulada pela Secretaria Estadual de Transportes, em parceria com a concessionária, a ANTT e a PRF, vale para o trecho entre o Km 101, em Duque de Caxias, e o Km 82, próximo ao Pórtico do Quitandinha, em Petrópolis. Para Jorge Lisboa, a medida deveria deixar de funcionar, já que as obras da nova subida estão parcialmente paradas. Cerca de 274 trabalhadores foram demitidos nos últimos meses. Neste mês de agosto, o consórcio responsável pelas obras começou a desmobilizar os canteiros das obras. 

    "Acredito que essa restrição deveria acabar. Alguns caminhoneiros não respeitam mais, nós sabemos disso, mas, também sei que é proibido ficar parado no acostamento por lei. Então, nós ficamos parados, com as entregas atrasadas, e o motivo para isso, as obras, não estão acontecendo como prometeram. Não consigo entender o que está havendo. Já reclamamos várias vezes e nada. Acho que só falta os caminhoneiros se mobilizarem e parar a estrada para ver se alguém pode dar atenção à nossa causa. Estamos nos mobilizando para formalizar uma cooperativa dentro do município de Petrópolis para defender a nossa causa", disse Jorge Lisboa.

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