• Aumento nos preços das hortaliças surpreende consumidores na cidade

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  • 25/02/2016 08:50

    A população está sentindo um aumento no preço das principais hortaliças comercializadas nas centrais de abastecimento do país, as Ceasas. De acordo com informações do 2º Boletim ProHort de Comercialização de Hortigranjeiros (Conab), o maior reajuste foi observado no preço do tomate, que registrou uma alta de 84%. A cenoura também está no topo do ranking, com 64% de aumento. De acordo com os produtores rurais, o principal motivo é a baixa produção como consequência das chuvas excessivas do mês passado tanto na cidade quanto em outras áreas produtivas do estado.

    Em Petrópolis, a situação não é diferente. Nos hortifrutis e quitandas da cidade os preços já não são mais os mesmos do que o de semanas atrás.

    A alface-americana, por exemplo, que custava por volta de R$ 1,50, está mais de R$ 3,50 por unidade. Aumento excessivo observado também no preço do repolho, que subiu de R$ 1,49 para R$ 4. As frutas também não escaparam. A maçã gala e a pera estão custando de R$ 7,99 a R$ 8,99 nas quitandas da cidade, enquanto há três semanas o preço girava perto dos R$ 5,50. Na cidade, tanto hortaliças quanto frutas registraram um aumento de muito mais do que o divulgado pelo boletim da ProHort. 

    Diante do aumento, muita gente está economizando ou até mesmo buscando alternativas na hora de cozinha. Josiane de Almeida, dona de casa, gastou mais de R$ 10 só com a salada diária. “Comprei dois pés de alface e um pepino. Deu R$ 10,20. Há um mês essa mesma compra custava apenas R$ 5. Cada semana a situação fica pior”, contou. Com os preços mais altos, Josiane acabou mudando o cardápio de sua casa. “Passei a comprar a alface mais em conta e extingui o pepino temporariamente da dieta”, revelou.

    Com muita gente tentando economizar, deixando de comprar hortaliças, o gerente de um supermercado da cidade, que possui um setor de hortifruti, busca maneiras de driblar esse reajuste. “Estou comprando em maior quantidade, às vezes até perdendo mercadoria, porque temos que jogar fora, para conseguir um preço melhor. Quanto maior a quantidade de hortaliça comprada dos nossos fornecedores, maior será o desconto, e com isso conseguimos segurar o aumento e não repassar tudo diretamente ao bolso do consumidor”, explicou Felipe Motta. Ainda segundo Felipe, essa estratégia acaba melhorando os preços e com isso ele ganha tempo para conseguir vender mais. “Com os preços mantidos e os repasses demorando a serem passados ao consumidor, nós ganhamos tempo para que o clima melhore e o preço da hortaliça volte ao normal. Assim esperamos que tudo aconteça”, revelou.

    O motivo do aumento no preço tanto de hortaliças como de legumes e outros produtos do meio rural se deve à chuva excessiva em regiões de produção. “Aqui em Petrópolis nós tivemos prejuízos com essa chuvarada toda. No Brejal, que é um grande polo produtor, no ano passado tivemos problemas com pouca chuva. Já neste ano a situação mudou. Está chovendo bem mais do que o esperado e, apesar de querermos chuva, essa quantidade tão grande acaba nos prejudicando. Muita chuva é ruim, assim como a seca, mas aos poucos nós vamos nos recuperando e esperamos que a chuva seja melhor distribuída”, disse Márcio Vicente Cruz, produtor rural.

    Ao todo, no ano passado foram ofertados 15,8 milhões de quilos de produtos hortigranjeiros nas centrais de abastecimento em todo o país, movimentando mais de R$ 30 bilhões. A quantidade vendida apresenta queda de 2,1% em relação a 2014, mas houve aumento de 4,6% no valor transacionado. A redução na quantidade é explicada por questões climáticas e aumento no custo dos insumos.

    O levantamento foi feito nos mercados atacadistas por meio do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) e considera a maioria dos entrepostos de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná e Ceará.


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