• Atitude estranha ou ingratidão?

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  • 25/04/2018 13:00


    No decurso de minha passagem pelo governo do estado, narrou-me um colega, admirável chefe, acerca de episódio que com o mesmo se deu, do qual nunca me esqueci, realmente decepcionante e repulsivo, próprio de calhordas do gênero com os quais nos deparamos vez por outra.

    Tratava-se tal chefia de pessoa influente, cumpridora de seus deveres, profissional hábil e, sobretudo, competente.

    No exercício do cargo, há alguns anos, junto a uma repartição cuja assessoria chefiava de maneira exemplar, a ressaltar que seus encargos eram volumosos e o brilhante advogado a dirigir e equacionar quase que sob sua integral responsabilidade a enorme quantidade de processos que acabavam por desaguar em suas mãos; sempre atento e diligente dando curso às consultas formuladas e exarando pareceres, os mais brilhantes. Em razão de sua marcante atuação, o conceito a crescer e o respeito a resplandecer perante subordinados e superiores hierárquicos.

    Cabe esclarecer que sob sua direção alguns dos colegas não detinham cargos de chefia, os denominados, em comissão.

    E o relato que me fez o amigo, já afastado por força de sua aposentadoria, realmente merece registro, justamente com objetivo de análise da personalidade de certos seres humanos, eis que em razão de vaga deixada, por um dos colegas comissionados, àquele que não a detinha tal distinção buscou, de imediato, o auxílio do chefe no sentido de que pleiteasse junto ao secretário de estado sua nomeação para o cargo que acabava de vagar.

    A solicitação, segundo relatou-me o amigo, foi prontamente por ele atendida que fez encaminhá-la a quem de direito, autoridade também que veio a concordar com o pleito tendo despachado todo o processado quase que imediatamente, após cumpridas as formalidades administrativas e afinal publicação no Diário Oficial. 

    Entretanto, relatou-me o chefe, colega e amigo, ainda perplexo: “O ser humano reveste-se, não se generalizando, de atitudes imprevisíveis e para minha surpresa aquele que junto a mim havia pleiteado a premiação, após vê-la publicada asseverou, cinicamente: “pois bem, meu caro, consegui meu intento rapidamente porquanto a autoridade que prolatou “o autorizo”, com relação ao ato de nomeação, simplesmente é meu primo”.

    O amigo, chefe e colega quedou ainda mais perplexo com tanta “cara de pau” e eu, por isso mesmo, relembrando o fato vou em busca, outrossim da trova de lavra do poeta quando escreveu:

    “De hostilizar o ingrato, / aqui, já ninguém se furta, / pois, entre nós – isso é fato: /gratidão tem perna curta”.

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