• Arquitetura influenciada pelos costumes

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  • 20/01/2018 10:40

    A tentativa de análise das novas tendências na Arquitetura pode ser complicada, principalmente dentro do modelo que segue os parâmetros estabelecidos pela moda. Um projeto, seja ele de construção de uma residência ou de um edifício, normalmente leva um tempo para concepção e construção. Por esta razão, projetar tendências de mercado neste sentido, se torna uma das tarefas mais difíceis.

    Um imóvel, por exemplo, pode permanecer de pé por mais de 100 anos e dificilmente passará por uma reforma com menos de 15 ou 20 anos. Neste contexto, o único segmento que está mais sensível às tendências da moda é o do design de interiores ou comercial (lojas).

    Contudo, o que se pode analisar são os movimentos ou escolas, mais do que de tendências, ou mesmo de como os costumes de uma época influenciam sua arquitetura. É possível observar casas feitas por arquitetos através dos tempos e nota-se uma clara mudança em suas plantas pela transformação da maneira de morar das pessoas.

    Por exemplo, as casas do final do século 19 e início do 20 possuíam uma clara separação entre áreas íntimas, sociais e de serviços. Era inadmissível que, naquele momento, pessoas de fora do núcleo principal da família tivessem contato com as partes íntimas da residência. Isso porque a separação entre o público e o privado era absoluta naquela época.

    A parte de serviços também era bastante diferente. As famílias tinham ainda muitos empregados e o processo de cozinhar demandava esforço e espaço. Havia a necessidade de guardar a lenha para o fogão, o abate e limpeza dos animais. Atualmente, em sua maioria, as casas devem ser práticas, compactas e integradas para que seus moradores possam gastar menos tempo com as tarefas domésticas e estarem em contato uns com os outros.

    Já na arquitetura corporativa podemos observar uma grande diferença. Antes existiam escritórios divididos em diversas salas, fazendo com que cada setor se fechasse dentro de quatro paredes. Hoje há uma tendência ao compartilhamento dos espaços, pela facilidade gerencial e produtiva dessas empresas e pela economia de espaço que esses arranjos representam.

    Neste caso, a escolha reflete também no tipo de mobiliário que será utilizado. Pode-se apontar como tendência, principalmente para as empresas da área de tecnologia, o estilo Google de trabalho, com espaços flexíveis e lúdicos, em que se misturam o trabalho e o lazer.

    O urbanismo também passou por diversas mudanças durante os últimos 100 anos. Das cidades poluídas e caóticas do final do século 19, surgiu a necessidade de ordenamento do espaço e abertura de vias para o automóvel, que passou a ser o protagonista.

    Em um primeiro momento essa mudança resolveu alguns problemas, mas o modelo passou a ser questionado a partir dos anos 60 e hoje é quase consenso entre os urbanistas que as cidades devem se voltar para as pessoas.

    Em resumo, cada período da história interfere na maneira que nossos imóveis são modelados. E, o foco da Arquitetura e do Urbanismo é criar condições e espaços onde as pessoas possam se encontrar, conviver e interagir, em cidades onde várias atividades diferentes possam acontecer no mesmo espaço.

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