• Ariel, um petropolitano na seleção brasileira

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  • 20/06/2018 09:56

    As atenções dos petropolitanos estão voltadas para a participação brasileira na Copa do Mundo 2018, na Rússia. A equipe comandada pelo técnico Tite enfrentará a Suíça no primeiro teste para valer na busca pelo hexa mundial. No entanto, poucos sabem que Petrópolis já deu a sua contribuição para o selecionado e que já teve o gostinho de disputar a maior competição futebolística do planeta.

    Foram poucos os petropolitanos que obtiveram a condição de vestir a famosa amarelinha. O primeiro deles foi Ariel Augusto Nogueira, que nasceu no dia 22 de fevereiro de 1910, que apesar de ter iniciado sua carreira de futebolista no Hellenico Ahtletico Club, do Rio de Janeiro em 1927, ficou por pouco tempo. No mesmo ano, aproveitou uma oportunidade de atuar no principal clube da cidade na época, o Petropolitano.

    Suas boas atuações pelo alvinegro do bairro Valparaíso chamaram a atenção durante os dois anos em que jogou em Petrópolis. E em 1929, o Botafogo o convidou a atuar no Rio de Janeiro. O resultado não podia ser melhor: o meio campista ganhou os títulos cariocas de 1930, 1932, 1933 e 1934. Nesse último ano, ainda teve uma curta passagem pelo Flamengo e arrependido, voltou para o Glorioso.

    Em 1934, Ariel foi convocado pelo treinador Luís Vinhaes para a Copa do Mundo daquele ano, disputada na Itália fascista de Mussolini. Só que o Brasil parou nas oitavas-de-final ao ser eliminado pela Espanha após derrota por 3 a 1, numa das piores campanhas do país em Mundiais. Ariel ainda disputou alguns amistosos de preparação, estando em campo em dois amistosos: no empate em 4 a 4 com Barcelona e goleada por 6 a 1 sobre o Porto. Um detalhe: Ariel era médico, indo trabalhar posteriormente no Botafogo após aposentadoria nos gramados. 

    Petropolitano ainda cedeu mais dois para seleção – Segundo clube na carreira de Ariel, o Petropolitano tem uma importância na seleção brasileira que nasceu ainda nos anos 20, e que jogou a partir de 1930, no Uruguai, a primeira Copa do Mundo. O alvinegro abasteceu o Botafogo com dois talentos natos que ganharam a oportunidade de atuar no selecionado.

    Carvalho Leite, que nasceu em Niterói no ano de 1912, é provavelmente um dos maiores destaques do futebol do país naquela ocasião. Artilheiro nato, era médico como Ariel e que se tornou um dos maiores goleadores da história do Botafogo, com 225 gols. Chegou ao alvinegro carioca em 1929, credenciado após belíssimas atuações nos gramados da Cidade Imperial.

    Destaque logo no primeiro ano no Rio, Carvalho garantiu sua presença na seleção brasileira nas Copas de 1930 e 1934, marcando 25 gols em 15 partidas disputadas. Em 1941, jogando pelo Campeonato Carioca, se lesionou numa partida contra o Bonsucesso e a partir dali decidiu se aposentar, aos 29 anos. Ele faleceu em 2004.

    Na companhia de Ariel e Carvalho leite, o Petropolitano ainda cedia para o Botafogo mais um talento nato, criado nos gramados municipais: Heitor Canalli. Filho de um casal de italianos, Heitor nasceu em Juíz de Fora, Minas Gerais e veio para Petrópolis aos dois anos. Sua família, pioneira na construção de móveis de vimi, apoiou a decisão da então jovem promessa a seguir uma carreira no futebol. A imprensa mineira o coloca como o primeiro jogador do estado a ser convocado para a seleção brasileira.

    Aos 18 anos, depois de jogar pelo Internacional, do Alto da Serra foi para o Botafogo brilhar intensamente. Ganhou títulos pelo alvinegro, foi vice-campeão sul-americano pela seleção brasileira, jogou a Copa de 1934 e, de quebra, foi atuar no futebol do exterior – vestiu a camisa do Torino, da Itália. Em 1990, morreu em Petrópolis. 

    Petrópolis no caminho de “selecionáveis”

    Se falar sobre seleção brasileira e Petrópolis, não dá apenas para mencionar as figuras que vestiram a camisa do Petropolitano. Na realidade, um ex-Serrano teve um papel fundamental e histórico: Manoel dos Santos, também conhecido como Garrincha. 

    Bicampeão mundial em 1958 e 1962, o anjo de pernas tortas nasceu em Pau Grande, localidade de Magé, mas foi aqui que começou a sua trajetória que o coloca como um dos mais geniais de todos os tempos. Aos 15 anos, com seu primo, baleia e mais quatro amigos pegaram um trem de Pau Grande para Petrópolis e tentaram a sorte no promissor futebol da Cidade Imperial.

    Garrincha jogou pelo time juvenil do Cruzeiro do Sul em meados da década de 40. Logo depois, se transferiu ao Serrano, e foi quando a sua carreira alavancou posteriormente quando assinou contrato com o Botafogo. O resto da história todo mundo já sabe: títulos e belíssimas jogadas que encantaram todas as partes do mundo. Chegou a fazer um jogo de despedida em 1973, no estádio do Cascatinha.

    Um outro “não petropolitano” que teve a oportunidade de fazer parte de um grupo da seleção em Copa foi o goleiro Acácio, ex-Serrano que em 1990 foi o  reserva imediato de Tafarel no Mundial realizado na Itália.  

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