• Apesar de divergências sobre funcionamento de escolas, greve da Educação continua

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  • 16/08/2018 08:25

    Ainda sem previsão de negociação entre a Prefeitura e os profissionais da rede municipal de educação, haverá nessa quinta-feira (16) uma nova manifestação, às 10h, na Praça da Liberdade, para realização de um ato público. Na tarde dessa quarta-feira, a prefeitura informou que 61 escolas estavam com funcionamento normal, 96 consideradas com funcionamento parcial, mas o número de turmas em funcionamento varia entre elas. E 26 escolas estavam totalmente paralisadas. Apesar disso, o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) informou que as escolas estão abertas apenas com pessoal contratado: diretores, adjuntos e orientadores estão trabalhando. 

    Na terça-feira (14), a Prefeitura divulgou uma relação com o nome das 75 escolas e CEI's que estavam funcionando. Destas, a equipe da Tribuna entrou em contato com 46 unidades e identificou o funcionamento em algumas. No CEI Lulu Monteiro, que fica no Carangola, por exemplo, as atividades não foram paralisadas porque a maioria do quadro de professores é de contratados.

    Leia também: Sepe e Secretaria de Educação divergem sobre número de escolas em funcionamento

    Outras instituições como CEI Nossa Senhora da Glória, em Corrêas, Creche Santo Antônio em Nogueira, CEI Castelo São Manoel, CEI São José na Castelânea, CEI São Judas na Mosela, Educandário Terra Santa no Valparaíso e Colégio Padre Corrêa, também em Corrêas, têm convênios com a prefeitura e contam com funcionários mantidos por associações religiosas, como a Mitra Diocesana. 

    Algumas escolas municipais vêm tendo aulas parciais ou em turnos reduzidos, como no caso da Escola Municipal Odete Young, em Corrêas, Escola Municipal Clemente Fernandes, na 24 de Maio, e Escola Municipal Odete Fonseca, no Duques. 

    De acordo com a prefeitura, na quarta-feira (15), 1,2 mil funcionários, entre professores e pessoal de apoio, trabalharam normalmente. No entanto, de acordo com a diretora do Sepe, Rose da Silveira, este número é equivalente aos 30% do funcionamento previsto no rito de greve, que segundo ela vem sendo respeitado desde o dia 31 de julho, data do início da greve. 

    Na tarde da última quarta-feira, mais de mil manifestantes se reuniram mais uma vez, em frente à Secretaria de Educação, para tentar uma negociação. Sem resposta, eles seguiram em passeata pela Rua Irmãos D'Angelo, Rua dezesseis de Março, Rua Alencar Lima, e seguiram pela Rua do Imperador, finalizando na Praça Dom Pedro. O trânsito foi desviado pela Guarda Civil com o apoio da Polícia Militar. 

    “Ressaltamos que unidades abertas não significa que estejam em funcionamento. Nós seguimos procurando uma negociação, temos o apoio do Comed (Conselho Municipal de Saúde), Câmara dos Vereadores e sindicatos pedindo uma reunião para tentarmos um acordo”, disse Rose. 

    Segundo a Prefeitura, o corte de ponto está mantido e já soma 16 dias (do dia 31 de julho até a quarta-feira) que serão descontados dos servidores em greve. 

    “Caracterizamos o corte de ponto como assédio moral, e o jurídico do sindicato está preparado para se posicionar quando for necessário”, destacou a diretora. Na sexta-feira, 17, a categoria e o Sepe realizarão uma assembleia, às 10h, em frente à Catedral de São Pedro de Alcântara, para decidir o rumo da greve.

    O governo destacou que o reajuste salarial dos professores foi descartado pela prefeitura nas negociações com a categoria em função da crise financeira da administração pública – R$ 766 milhões deixados em dívidas por gestões anteriores. E afirmou que o compromisso é manter em dia o salário dos servidores – folha de pagamento de R$ 39,4 milhões mensais.

    Segundo a prefeitura, o prejuízo com a greve atinge a 42 mil alunos da rede, mas destacou que já garantiu aos pais e responsáveis pelos estudantes a reposição das aulas. A prefeitura também informou que tem esclarecido aos responsáveis pelos alunos que a categoria está com os salários em dia e que as medidas tomadas visam garantir o cumprimento do ano letivo.

    Na véspera do início da greve, a atual gestão depositou R$ 39,4 milhões da folha de pagamento de julho do funcionalismo e R$ 8,7 milhões do 13º salário. O governo pontua que o esforço é manter os salários em dia frente a uma folha de pagamento que chega a R$ 525 milhões anualmente.


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