• 270 famílias esquecidas na Rua Otto Reymarus ainda esperam suas casas

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  • 05/12/2016 10:00

    Após um forte temporal ocorrido em março de 2013, pedras deslizaram matando duas pessoas, comprometendo a estrutura das casas localizadas na Rua Otto Reymarus, no Morin. Na época, toda a rua foi interditada e as 270 famílias tiveram que sair das suas casas e foram incluídas no Programa Aluguel Social. Passados três anos, 39 famílias foram indenizadas, dentro do programa “Morar Seguro” do Ministério das Cidades que é executado pelo Instituto Estadual do Meio Ambiente – Inea. No entanto, quem ainda espera poder um dia voltar para casa ou receber a indenização, reclama da demora na liberação dos recursos. A boa notícia é que o Inea informou, através da assessoria de mprensa, que com a liberação da segunda parcela do recurso, que corresponde a 40% do valor da etapa (cerca de R$ 4.370.168,90) será possível indenizar cerca de 60 benfeitorias a mais. O órgão afirmou ainda que este recurso já se encontra depositado na Caixa Econômica Federal e aguarda a autorização do Ministério das Cidades para que possa ser utilizado.

    De acordo com o Inea, o projeto Morar Seguro é realizado em etapas e cada uma delas precisa ser previamente aprovada pela Caixa Econômica Federal e pelo Ministério das Cidades. Até o momento, somente a primeira etapa foi aprovada einiciada, tendo sido realizados 129 cadastros de benfeitorias da rua Otto Reymarus (acesso Lagoinha), localizada no Morin. A nota afirma que as indenizações referentes a esta primeira etapa aprovada somam cerca de R$ 10 milhões. Ainda de acordo com o Inea, o recurso será liberado em três parcelas; com o repasse da primeira parcela foi possível negociar 39 benfeitorias, no valor de R$ 3.200.000,00.

    “Com a liberação da segunda parcela do recurso, que corresponde a 40% do valor da etapa, cerca de R$ 4.370.168,90, será possível indenizar cerca de 60 benfeitorias a mais. Este recurso já se encontra depositado na Caixa Econômica Federal e aguarda a autorização do Ministério das Cidades para que possa ser utilizado. Para que o recurso seja autorizado e as ações possam ser retomadas, é necessária a demolição dos imóveis interditados que serviam de moradia para as famílias já indenizadas – condição prevista no contrato com a Caixa Econômica Federal”, esclarece a nota.

    O Inea afirmou ainda que foi realizada uma reunião em Brasília com a presença de representantes do Inea, da Caixa Econômica e do Ministério das Cidades para solicitar mais uma vez o desbloqueio dos recursos e no encontro ficou definido que o processo de demolição dos imóveis terá início em janeiro de 2017, em parceria com a Prefeitura do Município de Petrópolis, e após o início desse processo a liberação dos recursos da segunda parcela será realizada. 

    O aposentado Paulo Roberto da Silva, de 64 anos, teve que sair da sua casa, localizada na Rua Otto Reymarus, procurou até o Ministério Público buscando notícias sobre quando poderá voltar para casa ou será indenizado. “Queria poder voltar para casa. O que nos disseram na época foi que a casa teria que passar por uma obra. Vi o que aconteceu na Rua Uruguai no Quitandinha e percebi um esforço das pessoas em busca de obras para o local, aí me dei conta do esquecimento que nós da rua Otto Reymarus estamos sofrendo. Não podemos voltar para casa e não temos previsão de quando as indenizações serão retomadas. Corro atrás de uma solução para isso desde que tive que sair da casa. Não gostaria de viver de aluguel social mais porque o depósito atrasa e não temos condições de arcar com o valor da casa onde eu e minha família estamos morando atualmente”, contou.

    Com medo de invasões, Paulo sempre volta até a casa. “Fico com medo de invasão. Sempre que posso, vou dar uma checada na minha casa porque a rua está abandonada. Muito triste tudo isso porque a rua era muito bonita. Se eu pudesse voltar, eu voltaria”, explicou. 

    Sobre o atraso nas obras, a Prefeitura informou que o programa Morar Seguro deve ser executado pelo Inea, mas, por conta do não andamento do programa, o município vem solicitando desde 2014 a interveni- ência executora do projeto, mas até hoje não recebeu resposta.

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