• Árvores da cidade estão doentes

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  • 09/07/2018 10:30

    Petrópolis não é conhecida apenas pela sua história e beleza dos seus casarões, a cidade tem uma paisagem encantadora e que atrai e encanta milhares de turistas todos os anos. Infelizmente, o verde que toma conta do cenário está ameaçado. Boa parte das árvores, em sua maioria centenárias, estão doentes. Quem passa por ruas como a Piabanha, por exemplo, consegue ver as ervas de passarinhos e bromélias tomando conta das espécies. É possível observar também raízes expostas e árvores tombadas, ameaçando cair.

    "As árvores são o adorno da cidade e fazem parte do projeto urbanístico do Koeler. Ele as colocou como a causa principal da beleza de Petrópolis. E o que vemos hoje é um completo abandono. São árvores centenárias que estão adernando sobre os rios e ruas, com um risco iminente. Temos árvores secando e morrendo, tomadas pelas ervas de passarinho sem que os órgãos competentes tomem qualquer inciativa", alertou a presidente da Ama Centro Histórico, Myrian Born.

    Para catalogar as espécies e fazer um levantamento das patalogias existentes nas árvores, em julho do ano passado, a Universidade Católica de Petrópolis (UPC) em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e Secretaria Municipal de Meio Ambiente, iniciou o Inventário do Arboreto Público. Apesar do trabalho ter começado há um ano, ainda está longe de ser concluído. A UCP deu um prazo até o fim de 2018 para concluir os trabalhos, já a Prefeitura anunciou a entrega do documento para o segundo semestre de 2019.

    Até o momento, o levantamento já foi feito nas praças da Liberdade e Dom Pedro II, nas avenidas Koeler e Tiradentes, e na Rua Imperatriz. Quem coordena os trabalhos é o curso de Arquitetura e Urbanismo da UCP e é acompanhado pelo Iphan. Ao todo, árvores de 16 ruas serão analisadas. Segundo o Iphan, após a entrega do inventário, o próximo passo é a contratação do Plano de Manejo da arborização do Centro Histórico. 

    Para Myriam Born, paralelo a realização do inventário deve acontecer a manutenção das árvores em todo o Centro Histórico. "Enquanto esse trabalho não fica pronto, medidas devem ser tomadas de forma imediata. A Prefeitura deve trabalhar retirando as ervas de passarinho e cuidando das espécies que estão em risco iminente antes que aconteça algo pior. Se isso não for feito logo, de forma responsável, a cidade corre o risco de perder sua beleza e encanto", lamentou a presidente do Ama Centro Histórico.

    O incidente ocorrido em março, quando uma árvore localizado nos jardins da Casa da Educação – Frei Memória, na Rua da Imperatriz, caiu em cima de dois carros e deixou a rua interditada ao trânsito por dois dias, chamou a atenção para os cuidados com as espécies centenárias que adornam o Centro Histórico. A Prefeitura garante que a árvore estava saudável e que um raio foi a causa do incidente.

    A Secretaria de Meio Ambiente informou em nota que vem realizando periodicamente operações de vistoria nas árvores no Centro da Cidade. De acordo com o órgão, desde janeiro de 2017, já foram solicitados mais de 300 pedidos de vistorias em árvores em toda a cidade. No Centro, são 113 atendimentos. 

    Ainda de acordo com a Secretaria, o trabalho é feito em conjunto com o Iphan, que precisa autorizar a intervenção em áreas tombadas. A Comdep só pode fazer a poda depois que o Instituto dá o parecer favorável. Só este ano, a Secretaria encaminhou ao Iphan 18 laudos. Segundo o Meio Ambiente, todos foram respondidos pelo Instituto.

    Para as árvores em locais particulares, os trâmites para cortes e podas (acima de 30% dos galhos das árvores) também são demorados. O morador precisa fazer um cadastramento diretamente na Secretaria de Meio Ambiente ou pelo site da Prefeitura e aguardar, em uma fila, a chegada do técnico que fará a vistoria da árvore. Só depois da visita do técnico e a emissão do laudo, o morador pode fazer o corte. Não foi informado quantos pedidos estão nesta fila, mas de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, essa espera leva em torno de 30 dias.

    Os telefones para informações e pedidos de vistoria são (24) 2233-8180 e (24) 98828-8633. A sede da Secretaria de Meio Ambiente fica no Centro Administrativo, na Avenida Barão do Rio Branco, número 2.846, no Centro. O horário de funcionamento é de 9h as 18h, de segunda a sexta.

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